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Copa dos Campeões
Real Madrid 3x0 Valencia
Foi um jogo de um time só. O Valencia sentiu o peso da decisão,
e o Real esteve mais à vontade do que nunca. Com Redondo em mais
um dia inspirado, o time de Madri dominou totalmente o meio-campo,
teve muito mais a posse de bola. Os gols foram consequência mais
da timidez do Valencia, que ficou acuado em seu campo esperando
chances em contra-ataques. O Real, mesmo sem forçar muito, conseguiu
três gols, o último digno das apresentações de programas esportivos.
O time conseguiu recuperar muitos jogadores, como Anelka, McManaman,
Michel Salgado e até Roberto Carlos, que estavam com prestígio abalado.
Nem mesmo a ausência do zagueiro e capitão Hierro tirou a força
do Real, de fato o ‘‘clube do século’’. Ser oito vezes campeão da
Europa não é mole. O técnico Vicente del Bosque, que era um histórico
auxiliar do Real, teve seu prêmio. Héctor Cúper, treinador do Valencia,
por sua vez, já fez bastante em levar o Valencia pela primeira vez
à final da Copa dos Campeões.
Libertadores
da América
Corinthians
2x1 Atlético-MG
A
partida foi mais difícil para o Corinthians do que se imaginava.
O time mineiro é esforçado e talvez tenha hoje uma equipe mais completa
do que aquela que jogou a final do Brasileiro, mas está longe ainda
do nível do time de Oswaldo de Oliveira. Os dois gols corintianos
quase no início do jogo proporcionaram um relaxamento, que quase
custou uma decisão por pênaltis. No segundo tempo, o Corinthians
teve várias oportunidades para garantir uma vitória tranquila, mas
essa não é característica histórica do time paulista, que tem protagonizado
os jogos mais emocionantes da Libertadores. Os jogos contra o Atlético-MG,
porém, mostraram mais uma vez a vulnerabilidade da defesa corintiana.
O lateral-direito Daniel é bem limitado, e Kléber, na esquerda,
é inconstante e por vezes falho na marcação. Do meio para a frente,
não há time melhor que o Corinthians no Brasil.
Boca
Juniors 3x0 River Plate
Depois
de uma derrota por 2 a 1 no jogo de ida e um empate amargo pelo
Campeonato Argentino, o Boca conseguiu ‘‘lavar a alma’’ em cima
do grande rival. Como disse o próprio técnico do Boca, Carlos Bianchi,
seu time venceu não por razões táticas, mas por razões de espírito.
O time entrou em campo muito mais interessado no jogo que o River.
Tomou a iniciativa desde o início e não parou até o último minuto,
quando Palermo fez, talvez, o gol com mais categoria de sua carreira.
Valeu mais a vontade do Boca, que é menos técnico que o River, mas
mais maduro. Uma defesa que possui Córdoba no gol e Bermúdez e Samuel
na zaga merece respeito. Um meio-campo que conta com Riquelme é
privilegiado. Um ataque que traz Schelotto e Palermo é perigoso.
O Boca é sério candidato ao título, maior ameaça ao Corinthians.
O time até já deixou o Campeonato Argentino meio de lado.
Palmeiras
3x2 Atlas
Um
dos resultados mais injustos que eu já vi no futebol. O time mexicano,
por incrível que pareça, perdeu pelo menos umas dez oportunidades
claras de gol. O Palmeiras jogou como se estivesse fora de casa.
Ficou em seu campo, apostando em contra-ataques. Poucas jogadas
foram concatenadas pelo time de Luiz Felipe Scolari. Os mexicanos
foram ousados, trocaram passes com rapidez, envolveram o adversário,
mas pecaram demais na finalização. O Palmeiras, apesar de ter feito
uma boa vantagem no México, correu muito risco ao jogar como jogou.
A equipe, que não tem mais a mesma técnica de outros tempos, depende
muito da força de vontade e da entrega de seus jogadores, e isso
não ocorreu na partida de quinta-feira. Contra o Corinthians, o
Palmeiras terá que jogar no seu limite, dar o máximo e contar com
a sorte que teve na Libertadores passada.
Bolivar
1x2 América-MEX
O
time mexicano perdeu a chance de golear o Bolivar na altitude de
La Paz. Os 2 a 1 foram pouco para o que foi a partida. A equipe
do atacante Blanco mostrou já na primeira fase da Libertadores grande
entrosamento e personalidade. Contra o Corinthians, fez grandes
jogos, no México e em São Paulo. Depois de fazer 2 a 0 no Bolivar,
placar que conseguiu no jogo de ida, o América passou a exagerar
no preciosismo. Com a classificação garantida já no primeiro tempo,
a equipe tratou de fazer festa em campo e acabou levando um gol
no final. O Boca Juniors é favorito na semifinal, mas o América
tem boas chances sim de eliminar o tradicional time argentino. Possui
jogadores experientes, como Pardo, Villa e o chileno Estay. O América
já entrou para a história da Libertadores, que verá pela primeira
vez um time de fora da América do Sul em suas semifinais. O lendário
estádio Azteca passa a fazer parte de vez do torneio.
Jogo
extra do Italiano
Inter
de Milão 3x1 Parma
Nem
Ronaldo, nem Vieri. O grande responsável pela vaga da Inter na próxima
Copa dos Campeões é o bom e velho Baggio, que deve ser chutado do
clube de Milão agora. Com dois belos gols de fora da área, um de
falta, o herói e vilão italiano na Copa de 94 definiu o jogo, que
valia milhões de dólares (ninguém pode precisar hoje quanto cada
clube ganhará na próxima edição do torneio). Como a Inter não ganhou
título nenhum, é possível falar que Baggio até salvou a temporada
do time. O Parma mostrou que já não tem uma equipe tão competitiva
como a de temporadas anteriores. Isso apesar dos muitos gastos que
o clube teve com reforços. O time da Parmalat está muito dependente
de cruzamentos à área e do oportunismo de Crespo.
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
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23/04/2000 - Superligas
30/04/2000 - Presente e Passado
07/05/2000 - "Gatos" na Nigéria
14/05/2000 - "Minhas Desculpas"
21/05/2000 - Saem os clubes e entram
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