UOL

O personagem

Reuters - 07.jan.00
Fernando Carlos Redondo


A pergunta de hoje

O colunista responde

Aconteceu na semana
Esporte em números
Veja na TV


PENSATA

Domingo, 28 de maio de 2000

ACONTECEU NA SEMANA


Rodrigo Bueno
     


Copa dos Campeões

Real Madrid 3x0 Valencia

Foi um jogo de um time só. O Valencia sentiu o peso da decisão, e o Real esteve mais à vontade do que nunca. Com Redondo em mais um dia inspirado, o time de Madri dominou totalmente o meio-campo, teve muito mais a posse de bola. Os gols foram consequência mais da timidez do Valencia, que ficou acuado em seu campo esperando chances em contra-ataques. O Real, mesmo sem forçar muito, conseguiu três gols, o último digno das apresentações de programas esportivos. O time conseguiu recuperar muitos jogadores, como Anelka, McManaman, Michel Salgado e até Roberto Carlos, que estavam com prestígio abalado. Nem mesmo a ausência do zagueiro e capitão Hierro tirou a força do Real, de fato o ‘‘clube do século’’. Ser oito vezes campeão da Europa não é mole. O técnico Vicente del Bosque, que era um histórico auxiliar do Real, teve seu prêmio. Héctor Cúper, treinador do Valencia, por sua vez, já fez bastante em levar o Valencia pela primeira vez à final da Copa dos Campeões.

Libertadores da América

Corinthians 2x1 Atlético-MG

A partida foi mais difícil para o Corinthians do que se imaginava. O time mineiro é esforçado e talvez tenha hoje uma equipe mais completa do que aquela que jogou a final do Brasileiro, mas está longe ainda do nível do time de Oswaldo de Oliveira. Os dois gols corintianos quase no início do jogo proporcionaram um relaxamento, que quase custou uma decisão por pênaltis. No segundo tempo, o Corinthians teve várias oportunidades para garantir uma vitória tranquila, mas essa não é característica histórica do time paulista, que tem protagonizado os jogos mais emocionantes da Libertadores. Os jogos contra o Atlético-MG, porém, mostraram mais uma vez a vulnerabilidade da defesa corintiana. O lateral-direito Daniel é bem limitado, e Kléber, na esquerda, é inconstante e por vezes falho na marcação. Do meio para a frente, não há time melhor que o Corinthians no Brasil.

Boca Juniors 3x0 River Plate

Depois de uma derrota por 2 a 1 no jogo de ida e um empate amargo pelo Campeonato Argentino, o Boca conseguiu ‘‘lavar a alma’’ em cima do grande rival. Como disse o próprio técnico do Boca, Carlos Bianchi, seu time venceu não por razões táticas, mas por razões de espírito. O time entrou em campo muito mais interessado no jogo que o River. Tomou a iniciativa desde o início e não parou até o último minuto, quando Palermo fez, talvez, o gol com mais categoria de sua carreira. Valeu mais a vontade do Boca, que é menos técnico que o River, mas mais maduro. Uma defesa que possui Córdoba no gol e Bermúdez e Samuel na zaga merece respeito. Um meio-campo que conta com Riquelme é privilegiado. Um ataque que traz Schelotto e Palermo é perigoso. O Boca é sério candidato ao título, maior ameaça ao Corinthians. O time até já deixou o Campeonato Argentino meio de lado.

Palmeiras 3x2 Atlas

Um dos resultados mais injustos que eu já vi no futebol. O time mexicano, por incrível que pareça, perdeu pelo menos umas dez oportunidades claras de gol. O Palmeiras jogou como se estivesse fora de casa. Ficou em seu campo, apostando em contra-ataques. Poucas jogadas foram concatenadas pelo time de Luiz Felipe Scolari. Os mexicanos foram ousados, trocaram passes com rapidez, envolveram o adversário, mas pecaram demais na finalização. O Palmeiras, apesar de ter feito uma boa vantagem no México, correu muito risco ao jogar como jogou. A equipe, que não tem mais a mesma técnica de outros tempos, depende muito da força de vontade e da entrega de seus jogadores, e isso não ocorreu na partida de quinta-feira. Contra o Corinthians, o Palmeiras terá que jogar no seu limite, dar o máximo e contar com a sorte que teve na Libertadores passada.

Bolivar 1x2 América-MEX

O time mexicano perdeu a chance de golear o Bolivar na altitude de La Paz. Os 2 a 1 foram pouco para o que foi a partida. A equipe do atacante Blanco mostrou já na primeira fase da Libertadores grande entrosamento e personalidade. Contra o Corinthians, fez grandes jogos, no México e em São Paulo. Depois de fazer 2 a 0 no Bolivar, placar que conseguiu no jogo de ida, o América passou a exagerar no preciosismo. Com a classificação garantida já no primeiro tempo, a equipe tratou de fazer festa em campo e acabou levando um gol no final. O Boca Juniors é favorito na semifinal, mas o América tem boas chances sim de eliminar o tradicional time argentino. Possui jogadores experientes, como Pardo, Villa e o chileno Estay. O América já entrou para a história da Libertadores, que verá pela primeira vez um time de fora da América do Sul em suas semifinais. O lendário estádio Azteca passa a fazer parte de vez do torneio.

 

Jogo extra do Italiano

Inter de Milão 3x1 Parma

Nem Ronaldo, nem Vieri. O grande responsável pela vaga da Inter na próxima Copa dos Campeões é o bom e velho Baggio, que deve ser chutado do clube de Milão agora. Com dois belos gols de fora da área, um de falta, o herói e vilão italiano na Copa de 94 definiu o jogo, que valia milhões de dólares (ninguém pode precisar hoje quanto cada clube ganhará na próxima edição do torneio). Como a Inter não ganhou título nenhum, é possível falar que Baggio até salvou a temporada do time. O Parma mostrou que já não tem uma equipe tão competitiva como a de temporadas anteriores. Isso apesar dos muitos gastos que o clube teve com reforços. O time da Parmalat está muito dependente de cruzamentos à área e do oportunismo de Crespo.




E-mail:
rbueno@folhasp.com.br



Leia mais:



Leia as colunas anteriores:

23/04/2000 - Superligas
30/04/2000 - Presente e Passado
07/05/2000 - "Gatos" na Nigéria
14/05/2000 - "Minhas Desculpas"
21/05/2000 - Saem os clubes e entram as seleções