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Domingo, 25 de junho de 2000

O COLUNISTA RESPONDE


Rodrigo Bueno
     



‘‘Estou curioso. A Eurocopa só começou a ser disputada a partir de 60, mas a Copa América é disputada desde os anos 20, a Copa das Nações Africana é disputada desde a década de 50 e a Copa Ásia também. Por que dentre as Confederações a UEFA começou a realizar um torneio regional de países tão tarde (sendo ela o local do futebol ‘‘moderno’’)? Não aceitação do ideal da FIFA? Existência de outros torneios regionais (Copa Alpes, Báltico, Escandinávia, Ibérico, Grã-Bretanha entre outros) ou existiu outro campeonato europeu que não foi divulgado?’’

Tony Barbosa, Aracaju, Sergipe José Renato de Campos Araújo

A Eurocopa nasceu pouco depois da Uefa. A entidade que controla o futebol europeu foi fundada apenas em 1954, quando a Fifa completava já 50 anos. Vários fatores atrapalharam a união européia no futebol até a metade do século. Logicamente, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial dificultaram muito as coisas. Também eram disputados uma série de torneios de seleções dentro da Europa, tais como a Copa Internacional, disputada entre os anos 20 e os anos 50, o Campeonato Britânico, jogado de 1884 a 1938, o Campeonato Escandinavo, que aconteceu de 1924 a 1971, a Copa Báltica, disputada de 1928 a 1995, e a Copa dos Bálcãs, jogada de 1929 a 1980. Holanda e Bélgica, por exemplo, se enfrentavam duas vezes por ano em uma competição entre os dois países. Três pessoas, basicamente, foram responsáveis pela união européia no futebol: o italiano Ottorino Barassi, o belga José Crahay e o francês Henri Delaunay. O último, por sinal, é o grande mentor da Eurocopa (dá até nome ao troféu). Só a partir da segunda metade dos anos 50 a Europa se uniu em torno do futebol, tanto que a Copa dos Campeões começou em 1956. Mesmo a primeira Eurocopa foi atrapalhada. Para arrumar 16 países para disputar a fase eliminatória já foi difícil. Nenhum britânico disputou o torneio.
Outros países tradicionais, como Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica Suécia e Suíça, também não quiseram participar da primeira edição da Eurocopa. Na segunda edição, a Euro foi desprezada de novo pela Alemanha e pela Escócia. Hoje, a competição é a segunda mais importante do mundo entre seleções. Mas lembro que só em 1980 o torneio cresceu de vez, com oito equipes jogando a fase final. Em 1996, ele dobrou, passando a ter 16 seleções em sua fase final. Mas as brigas entre rivais seculares continua atormentando o continente.

‘‘O Boca levou a melhor! Minha companheira, palmeirense roxa, já tinha matado a charada ainda no primeiro tempo. Faltou ao Palmeiras jogar com sabedoria. Parecia que o jogo era na Bombonera e o time precisava tirar uma vantagem de quatro gols, tal era a ansiedade e o nervosismo dos palmeirenses, reflexos do famoso espírito guerreiro... E na disputa de pênaltis o time já estava batido! É como se fosse um jogo de xadrez e o Felipão tivesse treinado seu pessoal para uma luta greco-romana. É isso! O feitiço da alma aguerrida virou-se contra o feiticeiro...’’
Marco Antonio, São Paulo

Realmente desde o começo do jogo ficou a impressão de que o Boca Juniors sairia do Morumbi com o título. O Palmeiras e os torcedores palmeirenses, especialmente, ficaram muito iludidos com o primeiro jogo. Entendiam que o título já estava ganho e que o Boca era um time comum. As partidas da Libertadores são geralmente duras, muito disputadas. Mesmo jogando em São Paulo, o Palmeiras teria que jogar muito bem para superar o bom time argentino. O espírito guerreiro que pede Felipão funcionou perfeitamente em La Bombonera, quando a situação era adversa. No Morumbi, quando o time deveria ‘‘dar as cartas’’, faltou competência. E, por incrível que pareça, quando o jogo foi para os pênaltis, o título do Boca parecia mais ganho que nunca. Jogadores e torcedores do Palmeiras mostravam um espírito derrotado antes das cobranças. Depois do fracasso, admitiram que o Boca é um time superior e que mereceu o título.


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rbueno@folhasp.com.br



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