04/08/2003 - 06h06

Artesão de Marajó teme fim de tradição

do enviado especial da Folha de S.Paulo ao Pará

Berço de civilizações indígenas que floresceram há mais de 3.000 anos e com um sofisticado trabalho em cerâmica, a ilha de Marajó tem grande parte de sua riqueza impregnada no seu artesanato.

Um dos principais artesãos da ilha, Carlos Amaral, 36, cuja oficina e loja ficam em Soure, aprendeu a criar as cerâmicas com a avó, descendente da tribo aruã, que existiu até 1700 em Marajó. "Aprendi com ela a mistura da argila e o segredo das cascas das árvores, como o cumatê, que dá mais liga para a argila."

Para o artesão, que não se limita a copiar os achados arqueológicos, a cultura está se esvaindo. Amaral pesquisa os símbolos da cultura marajoara e já identificou 75 deles, entre grafismos e formas de animais. Em seus estudos, descobriu relações entre os simbolismos marajoara e tapajônico (de civilizações que habitaram a atual região de Santarém, também no Pará) e de outros povos.

Arte em Barro - travessa 20, Soure. Funciona às terças, quintas e sábados, das 8h às 12h e das 14h às 18h.

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