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15/09/2003 - 07h23

Oiticica fez de tudo para "tirar a pintura da tela"

da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro

Quem não se dá com nomenclaturas, mas se interessa pela arte brasileira pode chamar Hélio Oiticica de um novidadeiro amalucado que desejava ver as pessoas metendo a mão em suas obras ou até entrando nelas.

O carioca que morou em Washington, Londres e Nova York era dado a invencionices, às quais batizava com nomes como bólides, parangolés, metaesquemas e penetráveis.

Nascido em 1937, Oiticica estudou pintura e desenho com Ivan Serpa no MAM-RJ (Museu de Arte Moderna). Ele e seu irmão, César, iam juntos às aulas, em 1954.

Já no primeiro ano em que tomou essas lições, ele escreveu um texto sobre artes plásticas. E nunca mais parou. Escreveu e produziu até morrer, em 1980.

Entrou e saiu do grupo Frente (1955-56) e entrou no Neoconcreto (a partir de 1959).

Então, teimou em deslocar a pintura do quadro para objetos ou roupas. E começou com as tais invencionices. Criou "Relevos Espaciais", formas coloridas penduradas no teto por fiozinhos, "Penetráveis", labirintos de madeirite, panos e outros materiais, com cores e sons em sequências pensadas, e Parangolés (leia texto ao lado), entre outras criações.

O artista se aventurou também pelo cinema e pela fotografia.
Em 1964, Oiticica revela um outro talento: vira passista da Estação Primeira de Mangueira.

Com toda essa agitação e ziriguidum, ele armou um barraco uma vez. Foi na abertura da mostra Opinião 65, no MAM-RJ, quando chamou seus amigos da Mangueira, que foram impedidos de entrar. Ele protestou e foi expulso do museu. Enfezado, decidiu organizar uma manifestação. Então, vestiu seus amigos com os Parangolés e foram todos para a frente do museu protestar contra o ato de discriminação.

Na década de 70, ele ganhou uma bolsa da Fundação Guggenheim e mudou-se para Nova York. Continuou produzindo nessa metrópole. Foi lá que surgiu a série Cosmococa, exposta na Pinacoteca do Estado de São Paulo neste ano. Feitos em parceria com o cineasta Neville d'Almeida, os trabalhos tinham a cocaína como uma de suas matérias-primas, maquiando e mascarando capas de revistas e de jornais.

Depois de sua morte, Lygia Pape, Waly Salomão e Luciano Figueiredo fizeram o Projeto Hélio Oiticica para preservar e analisar o que ele produziu. Em 1996, foi criado o Centro de Arte Hélio Oiticica para colocar suas obras à disposição de todos.


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