Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Titanic nasceu para ser o navio mais seguro já inventado, diz professor

Há 110 anos, embarcação era lançada ao mar na Irlanda do Norte

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São Paulo

Talvez você já tenha assistido um pouco daquele filme famoso, ou alguém te contou tudo em detalhes, mas o fato é que a história do navio Titanic é tão famosa que até mesmo as crianças a conhecem —e olha que o naufrágio aconteceu há mais de cem anos.

É importante lembrar, no entanto, que, antes de sofrer um acidente e ir parar para sempre no fundo do oceano, o RMS Titanic (esse era o nome oficial dele) já tinha muito prestígio. Isso porque, quando foi criado, a ideia era construir o navio mais luxuoso do mundo.

Cena do filme 'Titanic', de James Cameron, inspirado na história do famoso naufrágio - Divulgação

Sabe o que tinha lá dentro? “Quadra de squash, ginásio, lareira, piscina coberta, além de espaços para banho particulares, uma coisa bem difícil de encontrar na época”, lista Eduardo Endo, coordenador da pós-graduação da Faculdade Impacta.

Ele explica que o Titanic foi um marco da sua época. “Os pesquisadores diziam que era o navio mais luxuoso e mais seguro que tinha sido inventado, porque utilizaram a tecnologia mais avançada”, diz.

Há 110 anos, o Titanic foi lançado ao mar pela primeira vez, em 31 de maio de 1911, na Irlanda do Norte. Quase um ano depois, em abril de 1912, ele faria sua viagem inaugural, partindo de Southampton, no Reino Unido, para Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Quatro dias depois de começar a navegar, o navio colidiu com um iceberg, um bloco de gelo gigante no meio do oceano. Era dia 14 de abril, eram onze da noite, e fazia muito, muito frio.

“Naquele dia, existiam 20 barcos que conseguiam acomodar 1.200 pessoas, sendo que tinham mais de 2.200 pessoas na embarcação”, conta Eduardo. Para ele, a história do Titanic poderia ter sido completamente diferente se tivesse havido uma preocupação maior com os equipamentos de segurança.

“Além disso na época não existia tecnologia para ajudar o homem em caso de falha, e sabemos que grande parte das tragédias que ocorrem se dá por falha humana”, completa o professor.

Como existia uma confusão sobre a lista de passageiros, porque havia nela nomes de pessoas que cancelaram a viagem no último momento, por exemplo, não se sabe ao certo quantas pessoas morreram no acidente. Mas estima-se que no total 1.514 vidas tenham se perdido naquela noite.

Os sobreviventes foram resgatados por um navio chamado Carpathia, que recebeu o pedido de socorro pelo rádio, e se apressou a mudar de rumo —eles estavam indo para Fiume, a terceira maior cidade da hoje Croácia, e se dirigiram ao local onde o Titanic afundava.

Foto real do navio Titanic, que afundou em 1912 depois de atingir um iceberg - Reprodução

Por anos, muitas pessoas procuraram os destroços do Titanic no fundo do mar. Em 1985, foram enfim encontrados por uma equipe coordenada pelo oceanógrafo (profissional que estuda os ambientes aquáticos) Robert Ballard.

O que sobrou do famoso navio está localizado a 650 quilômetros ao sudeste do Canadá, e a quase 4.000 metros de profundidade.

De lá para cá, já foram construídas muitas e muitas embarcações, em vários lugares do mundo.

“Hoje, além de muito maiores que o Titanic, os navios são mais modernos, seguros, e conseguem viajar por longas distâncias com velocidade maior do que no passado. A tecnologia vem sendo empregada não somente para a segurança dos passageiros, mas também para gerar mais entretenimento e comodidade a todos que estão a bordo”, comemora o professor Eduardo.

Ele menciona, por exemplo, o navio Symphony of the Seas, que tem 93 metros a mais de comprimento e 19 metros a mais de altura que o Titanic. Para se ter uma ideia, 19 metros de altura seria o equivalente a um prédio de cinco andares, e 93 metros de comprimento seria algo como um campo de futebol.

“Esta comparação é apenas um exemplo para se ter uma ideia de quão maior são os navios de hoje em dia. Destaco que, na indústria de navios, existe uma ‘guerra’ na construção navios ‘gigantes’. As empresas a cada ano tentam lançar mega embarcações para atrair cada vez mais passageiros e para se tornarem mais relevantes.”

O professor traz, ainda, boas notícias para quem curte navios e tem vontade de viajar em um deles.

“A cada dia que passa, empresas trabalham para deixar os meios de transporte ainda mais seguros por meio de equipamentos tecnológicos e práticas e protocolos que evitam a falha humana garantindo a segurança de todos”, conta.

Toda esta tecnologia, se associada à vigilância dos órgãos do governo que regulam os serviços prestados pelos navios, faz todos os viajantes ficarem mais tranquilos, diz Eduardo. “Com isso, tragédias como a do Titanic cada vez mais devem ser coisas do passado, ficando apenas na lembrança dos filmes.”


TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

Erramos: o texto foi alterado

O navio Symphony of the Seas tem 93 metros a mais de comprimento, e não de largura, como afirmava o texto anteriormente. A informação foi corrigida.

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