Policial de UPP é achado morto com sinais de tortura no Rio
Corpo estava no porta-malas, com as mãos amarradas para trás
O soldado Ryan Procópio Guimarães, 23, lotado na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) de Vila Kennedy, zona oeste do Rio, foi encontrado morto com sinais de tortura no porta-malas de seu carro na noite de segunda (24).
O delegado Fábio Cardoso, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios, disse que há indícios de que o PM foi reconhecido. Mas afirmou que os bandidos poderiam saber que ele era policial antes do ataque.
Laudo inicial da perícia aponta que o rapaz sofreu fratura em um dos dedos da mão --durante suposta tentativa de defesa. O documento também mostra que ele tomou cinco tiros nas costas. A polícia ainda aguarda o exame de impressões digitais encontradas no carro da vítima.
Segundo Cardoso, o soldado estava com as mãos amarradas para trás com um fio.
Nesta terça, pelo menos cinco testemunhas foram ouvidas --uma delas disse ter visto dois homens abandonando o veículo do policial e fugindo em uma moto. Até o fim da tarde, nenhum suspeito havia sido identificado.
Testemunhas também disseram que, depois de levar a namorada em casa, o policial foi levado para dentro da favela do Taquaral, em Bangu, onde teria sido morto.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora informou em nota que Guimarães foi surpreendido por homens armados na estrada do Taquaral, por volta das 22h. "Ele percebeu que seria abordado e conseguiu ligar para um amigo, que avisou a polícia. Quando os policiais chegaram, o soldado já estava morto."
O PM estava na corporação desde junho de 2013. Seu pai foi PM e o irmão também é policial, lotado no Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Há cinco anos, desde o início do projeto de implantação de UPPs, a coordenadoria registrou 15 mortes de policiais em serviço --sete apenas neste ano, a maioria nos Complexos do Alemão e da Penha, zona norte.
A corporação diz não contabilizar mortes de PMs em dias de folga.