José Rodrigues Louzã (1929-2015)
Operou pessoas, escreveu contos e poesias
José Rodrigues Louzã demonstrou com as mãos o que sabia fazer de melhor, mas de maneiras bem distintas. No trabalho, elas ajudavam a analisar pacientes e tinham de ser precisas nas cirurgias; nas horas de folga, traduziam os pensamentos de um médico que também foi escritor.
Desde criança, queria seguir a carreira do pai e, a exemplo dele, integrou a Acade- mia de Medicina de São Paulo, a qual chegou a presidir.
Formado pela USP em 1952, iniciou a carreira no hospital São José do Brás, na zona leste paulistana. Lá, manteve seu consultório até 2005.
Entre outras atividades, implantou os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional da UFSCar (Federal de São Carlos), onde foi professor.
Adorava viajar e, ao lado de Maria do Céu, sua companheira por mais de 60 anos, conheceu o mundo inteiro.
Dos outros países trouxe histórias que inspiraram contos, crônicas e poesias --assim como a mulher, que ganhou vários poemas de amor.
Publicou livros e era membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.
Estudioso e curioso, entendia dos mais variados assuntos, como tiro ao alvo e natação --praticou os dois--, além de motores de carros --apreciava corridas e colecionava revistas sobre o tema.
Morreu na terça (27), aos 86, de problemas de saúde causados pela idade. Além de Maria do Céu, deixa os filhos, Mario, Stella e Silvia, e seis netos.
Hoje (3/2), às 19h, será rezada a missa do sétimo dia, na paróquia Santo Ivo, no Jardim Lusitânia. A família vai distribuir entre os presentes uma lembrancinha com um haicai (forma de poesia japonesa) escrito por José.