Ônibus pega fogo após acidente e deixa 9 mortos e 7 feridos no Rio
Batida aconteceu no começo da manhã de quarta (18) em São Gonçalo, na região metropolitana
'Do meio para frente, todos morreram', disse um dos sobreviventes; fogo começou após transformador explodir
Nove pessoas morreram e sete ficaram feridas num acidente de ônibus nesta quarta-feira (18) em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. As vítimas foram queimadas em um incêndio provocado pela queda de um transformador sobre o veículo.
O coletivo da viação Mauá bateu contra um poste por volta das 5h40. Com a colisão, um transformador caiu sobre o ônibus e as chamas o consumiram em menos de um minuto, segundo testemunhas. As vítimas tiveram alguns segundos para tentar sobreviver.
"Quando pulei pela janela tinha fogo na minha roupa. Rolei na lama. Mesmo assim, tive queimaduras. Do meio do ônibus para frente, todos morreram", disse o limpador de ônibus William Lemos, 35.
Segundo Lemos, os bombeiros demoraram cerca de 40 minutos para chegar ao local. A assessoria da corporação diz que levou oito minutos após o primeiro chamado.
O frentista Joel Guimarães, 46, trabalhava perto do acidente e disse ter ajudado a salvar três pessoas. Um deles foi Geovane Farias, 20, internado em estado grave, que viu a esposa e a filha morrerem.
"Ele gritava: 'Por favor, tira a minha filha e minha mulher'. Mas elas estavam abraçadas, com o fogo ao redor", disse Guimarães.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias do acidente. Informações iniciais indicam que o motorista Waldney Rangel, 51, tentou desviar de outro veículo, mas perdeu o controle e colidiu contra o poste. A pista estava enlameada.
Lemos disse que o motorista desviou de um caminhão da Ampla, concessionária que administra a rede elétrica, e derrapou. De acordo com Guimarães, o ônibus desviou de um outro veículo que vinha na contramão. "Não estava em velocidade alta", disse.
A assessoria da Ampla afirmou apenas que colabora com as investigações.
Na delegacia, pessoas procuravam por informações de parentes. Apenas um dos mortos foi identificado: o motorista Luiz Cláudio da Silva Teles, 50. Os demais tiveram os corpos carbonizados.
A polícia vai encaminhar os familiares ao ICCE (Instituto Criminalística Carlos Éboli) para que seja feito o recolhimento de DNA.
"Sabe quando você tem esperança e não quer acreditar? Se eu te falar o nome dela e sair no jornal, esse pesadelo pode ser verdade", disse, chorando, um homem que procurava a cunhada e que não quis se identificar.
Três vítimas estavam internadas em estado grave. Duas receberam alta do hospital.
O diretor-operacional da viação Mauá, Flávio Giantomaso, disse que a empresa está dando assistência aos feridos e para as famílias das vítimas. Ele afirmou que o motorista era experiente.
"Num dia normal, essa linha transporta 16 mil passageiros. Se não fosse Carnaval, a tragédia poderia ser maior".