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Obra parada deixa entulho na Câmara de SP há dois anos
Parada há dois anos, uma obra na Câmara Municipal de São Paulo que consumiu R$ 1 milhão deixa um rastro de entulho no Legislativo.
Iniciada em 2011, quando a Casa era presidida por José Police Neto (PSD), ela previa nova biblioteca e revitalização no auditório externo.
Contratada por R$ 10,4 milhões, foi suspensa na gestão José Américo (PT), quando a empresa Recoma foi autuada e o contrato, cancelado por descumprimento.
Em março de 2013, a Câmara anunciou uma nova licitação, que não seguiu adiante.
O projeto se arrasta pelo terceiro mandato --desde janeiro, a Casa é presidida por Antonio Donato (PT).
Com isso, funcionários e frequentadores se deparam diariamente com entulho perto da entrada do prédio.
Segundo Donato, a licitação não será retomada. Ele disse que tentou terminar parte da obra, mas que um laudo de engenheiros da Câmara diz que uma laje já feita tem falhas estruturais.
Em um processo administrativo, a Recoma negou problemas na estrutura.
Diante da resposta, o Legislativo terá mais um gasto, para contratar um novo laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Em nota, a presidência da Câmara diz que aplicou multa de R$ 1,7 milhão à Recoma. O valor não foi pago, e a empresa recorre da autuação.
Segundo a Casa, um processo administrativo em fase de conclusão prevê uma série de penalidades para a contratada. Ela disse ainda que "a limpeza e a segurança do local serão regularizadas".
Presidente da Recoma, Sergio Shildt afirma que não houve descumprimento de contrato e que os atrasos decorreram de erros da própria Câmara Municipal, como demora na entrega de croquis e alterações do projeto.
Segundo ele, houve serviços executados que o Legislativo não pagou. "Tive prejuízo gigantesco com essa obra", disse. (GBJ)