Alckmin estuda repassar verba às famílias para compra de kit escolar
8,5% dos alunos estão sem material um mês após começo de aulas
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta (11) que estuda repassar diretamente às famílias de alunos da rede estadual a verba destinada à compra de material escolar.
A declaração foi dada após a Folha revelar que 8,5% dos estudantes não receberam os kits escolares do Estado --que incluem cadernos, lápis e canetas-- mais de um mês depois do começo das aulas.
Segundo Alckmin, a medida descentralizaria a compra. A Secretaria de Estado da Educação diz que houve atraso na entrega dos kits por causa de uma decisão da Justiça de suspender a licitação para a compra do material.
"O Distrito Federal já fez isso, de repassar os recursos diretamente para as famílias. Estamos estudando, avaliando os resultados, para talvez adotar aqui no Estado de São Paulo", disse Alckmin. Ele, porém, não fixou prazo.
O governador afirmou que esse repasse ocorreria por meio de um cartão, que seria entregue às famílias cadastradas. O método é semelhante ao do Bolsa Família, do governo federal.
"Hoje nosso kit tem três livros de história, que vão de presente, régua, lápis, borracha e cadernos e a mochila", disse Alckmin. Ele não informou a quantia que seria destinada para cada aluno.
Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), é a primeira vez que há atraso nos kits estaduais, cuja entrega começou a ser feita em 2006.
A demora também atinge alunos da rede municipal de São Paulo, onde 5% dos alunos estão sem material.
O problema foi minimizado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) nesta quarta-feira (11), quando ele afirmou que os casos são "pontuais" e que cabe aos diretores procurar a Secretaria da Educação para solucioná-los.
Segundo o prefeito, além de um índice de atrasos menor que o registrado na rede estadual, essa demora era maior em anos anteriores.