Associações condenam ameaças de Cuba a médicos
Governo pressiona por volta de parentes ao país
A ameaça do governo de Cuba de substituir profissionais do programa Mais Médicos caso seus familiares não retornem à ilha foi atacada nesta sexta (13) por entidades ligadas à medicina. Como revelou a Folha, médicos cubanos estão sendo pressionados para que cônjuges e filhos não fiquem no Brasil.
"É uma truculência sem tamanho", diz Florentino Cardoso, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira). "A pressão afeta até no atendimento desses profissionais."
"É inaceitável, sob qualquer tipo de pretexto, um médico residir no Brasil por três anos e ser impedido de estar com sua família", afirma Itagiba de Castro Filho, presidente do CRM-MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais).
Para o presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), Bráulio Luna Filho, mesmo que muitos das entidades de medicina não tenham concordado com a vinda de cubanos ao país, em 2013, a classe médica está indignada com essa imposição de Cuba.
"Eles estão aqui cumprindo a função de médicos. Isso que estão tentando fazer com eles é uma anomalia."
O governo de Cuba não se manifestou.
Até dezembro, dos 14.462 profissionais trabalhando no Mais Médicos, 11.429 ""quase 80%"" eram cubanos. Não há estimativa de quantos estão com as famílias no Brasil.