Avanço da dengue em 2015 atinge 24 Estados
Instituto Butantan tenta antecipar teste de vacina
Apesar de São Paulo concentrar em torno de 55% dos casos de dengue do país inteiro, a expansão da doença em 2015 já atinge 24 Estados.
Segundo dados tabulados pela Folha a partir do novo balanço do Ministério da Saúde, apenas Amazonas, Espírito Santo e Distrito Federal não registraram aumento de casos em relação ao mesmo período do ano passado.
O crescimento, porém, é por motivos diferentes, segundo secretarias da saúde.
Em Goiás, a interrupção de serviços essenciais em alguns municípios, como a coleta de lixo, é um dos fatores, segundo a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Maria Cecília Brito.
Outros são chuvas prolongadas e excesso de calor, clima favorável para a proliferação do mosquito, afirma. Hoje Goiás tem a segunda maior quantidade de casos de dengue no país, com 45.819 registros da doença, segundo dados do ministério.
No Acre, outro Estado que já vive epidemia, a maior parte dos casos se concentra em municípios que não tinham registrado até então casos de dengue, como Cruzeiro do Sul.
Entre as cidades, a campeã em incidência de casos é São João do Cauiá, no Paraná, com 16,7 mil a cada 100 mil habitantes. Em seguida, está Trabiju, no interior paulista.
Diversos municípios investem em medidas emergenciais, como a criação de tendas de atendimento a pacientes, contratação de novas equipes, aplicação de inseticidas e até mesmo de multas para proprietários que se recusam a autorizar a entrada de agentes de controle.
VACINA
O Instituto Butantan, de São Paulo, protocolou nesta sexta (10) um pedido à Anvisa para iniciar a terceira e última fase de estudos de uma vacina contra a dengue.
Na nova etapa, a vacina será testada em 17 mil voluntários, em todas as regiões do Brasil. Dois terços receberão a vacina e um terço, placebo.
Se autorizada pela Anvisa e pelos comitês de ética, a medida pode antecipar em até dois anos o final dos estudos, fazendo com que a vacina esteja disponível, na melhor das hipóteses, em 2016. A previsão inicial era 2018.
Após os estudos da terceira fase, o instituto deve pedir à Anvisa o registro da vacina, o que possibilitaria que ela seja disponibilizada no SUS.