Eliézer de Carvalho Rios (1921-2015)
Químico que amava ciência e vida marinha
A coleção de conchas de Eliézer de Carvalho Rios teve um início modesto. O químico apanhava as armaduras de moluscos na praia próxima de sua casa, em Rio Grande, a 317 km de Porto Alegre.
Passou a estudá-las sozinho e, ainda nos anos 50, conheceu pessoas que possuíam o mesmo hobby. Em suas viagens de carro com a mulher, Leda, e os quatro filhos, fosse ao Uruguai, fosse ao Nordeste, sempre encontrava outros colecionadores.
Para aumentar seu acervo, Eliézer trocava conchas por correio e pedia a um amigo pescador que lhe trouxesse as que encontrasse em alto-mar.
A quantidade de espécimes cresceu tanto que, em 1953, abriu um museu em Rio Grande. O filho Thierry lembra como, durante a infância, ele e os irmãos ajudavam o pai recebendo os visitantes e organizando as exposições.
Em 1973, Eliézer doou toda a coleção à Furg (Universidade Federal do Rio Grande). Em troca, permaneceu como diretor e pôde escolher o arquiteto e o projeto da nova casa de suas conchas.
Anos depois, tornou-se professor e diretor do curso de oceanografia na mesma instituição. Suas pesquisas renderam livros, artigos científicos e a descrição de sete espécies inéditas.
Aposentou-se em 1991 como diretor do museu, que até hoje leva seu nome e é um dos maiores desse tipo na América Latina. Além dos moluscos, interessava-se por cinema, livros e esportes, sendo um apaixonado pelo Grêmio.
Morreu no hospital em 25/3, três dias depois de sofrer um infarto do miocárdio, aos 93. Viúvo desde 2013, deixa os filhos, 12 netos e 10 bisnetos.