Morador de casa soterrada na Bahia não foi alertado
Prefeitura de Salvador só vistoriou parte da região
Moradores das cinco casas soterradas em Salvador nas chuvas de domingo (10) não foram notificados pela prefeitura sobre esse risco. O deslizamento deixou quatro mortos, três da mesma família.
A prefeitura disse que há cerca de duas semanas realizou vistorias na região da Baixa do Fiscal, onde ocorreu o acidente, mas não chegou a avaliar todos os imóveis.
Em nota, a administração nega que tenha havido erro e afirma que os imóveis não foram vistoriados porque "não houve solicitação da parte dos moradores".
A reportagem apurou que não há nenhuma obra de contenção de encostas em andamento ou em fase de projeto que contemple essa área no âmbito dos governos estadual e municipal.
QUARTA MORTE
O adolescente Lucas Silva Santana, 14, é a quarta vítima do deslizamento. Ele morreu na manhã desta segunda-feira (11), cerca de dez horas depois de ser internado na UTI do Hospital do Subúrbio.
O menino havia sido resgatado na noite de domingo, quando os corpos de três pessoas foram removidos do local, entre eles a mãe do adolescente, a lavadeira Sandra Silva Santana, 37, e o tio Sival Silva Santana, 28.
Outras três pessoas foram resgatadas com vida.
A Prefeitura de Salvador pretende ingressar na Justiça para realocar famílias cujas casas estão em área de risco, mas que resistem a sair.
Em entrevista, o prefeito ACM Neto (DEM) pediu aos moradores que vivem em encostas desprotegidas que deixem suas casas.
"As famílias devem sair independentemente de o imóvel ter sido ou não vistoriado. O importante é que não corram riscos", disse.
Desde 1º de abril, a prefeitura recebeu 4.924 solicitações de vistorias de imóveis.
A administração prometeu conceder abrigos ou o pagamento de um auxílio aluguel de R$ 300 mensais durante um ano para as famílias que deixarem suas casas. Ao todo, 943 famílias já foram contempladas com o benefício.