Sem Uber, 9 capitais já tentam vetar aplicativo
Cidades discutem regulação do serviço
Em Vitória, projeto que proíbe a ferramenta aguarda sanção; empresa critica 'ação articulada' de táxis
Em atrito constante com taxistas nas quatro cidades brasileiras onde opera, o serviço on-line de transporte Uber já ganha opositores nos locais em que ainda não funciona.
Até agora, o serviço existe em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília, mas ao menos outras nove capitais já discutem proibir ou regular o aplicativo, enquanto não há lei federal sobre o tema.
Pressionados por associações de taxistas, vereadores apresentaram projetos para proibir o Uber em Curitiba, Salvador, Recife, Aracaju, Campo Grande, Goiânia, Maceió, Manaus e Vitória.
Após críticas, alguns deles voltaram atrás e disseram que querem apenas "regulamentar" o serviço.
"Os taxistas estavam nos pressionando", diz o vereador Carlos Soares (PT), de Goiânia. "Não sou contra o Uber e outros aplicativos, mas os motoristas têm que ser registrados na prefeitura."
O Uber tem encontrado forte resistência devido à concorrência com os táxis, com episódios de ataque a motoristas e passageiros.
Das capitais onde ainda não funciona, Vitória já aprovou projeto de lei para proibir o aplicativo e aguarda decisão do prefeito Luciano Rezende (PPS).
A proposta foi apresentada pelo líder do governo, Rogerinho Pinheiro (PHS), ex-taxista. Procurado, ele não atendeu a reportagem.
CLANDESTINO
Nas cidades em que o Uber atua, as prefeituras afirmam que o serviço ainda é clandestino e que podem multar ou até apreender os veículos que fazem o transporte.
Em Brasília, a Câmara Distrital chegou a proibir o aplicativo, mas o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vetou o texto no último dia 6.
Em nota, a Uber disse que os taxistas, em "ação articulada", tentam sobrecarregar o Judiciário e o Legislativo.
O presidente da Abracomtaxi (que representa cooperativas), Edmilson Americano, diz que o aplicativo concorre de forma "desleal e ilegal com os taxistas que trabalham respeitando nossas leis".