Soldado é preso por suspeita de ligação com série de mortes
PM foi reconhecido por sobrevivente dos ataques em Osasco e Barueri que deixaram 18 mortos e 6 feridos
Testemunhas relataram ter visto policiais de serviço recolhendo cápsulas de balas nos locais das mortes
Um soldado da Polícia Militar, de 30 anos, é o primeiro preso por suspeita de envolvimento nos ataques que deixaram 18 mortos em Osasco e Barueri (Grande São Paulo).
A prisão administrativa foi feita com base no depoimento de um sobrevivente.
A vítima reconheceu a foto do PM entre as imagens apresentadas por policiais do DHPP (departamento de homicídios), setor responsável pelas investigações.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24) pelo "SPTV", da Rede Globo.
Os ataques nas duas cidades ocorreram na noite de 13 de agosto, em um intervalo de três horas, deixando 18 mortos e 6 feridos.
O soldado preso prestava serviços administrativos na Rota. Ele foi detido no prédio da Corregedoria da PM.
Segundo a Folha apurou,há policiais da Corregedoria que consideram frágeis as suspeitas contra esse PM.
Esse seria um dos motivos que teriam feito o secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, negar, na tarde desta segunda, que alguém tivesse sido preso ou que houvesse pedidos nesse sentido.
A reportagem apurou que, nas próximas horas, deve ser preso outro policial militar. O governo avalia que esse PM deverá ajudar a confirmar os outros nomes investigados.
De acordo com reportagem do "Jornal do SBT", entre os 18 PMs investigados pela Corregedoria há um grupo de uma equipe de patrulhamento em motos, a Rocam, que teria sido liberado, sem justificativa, minutos antes da chacina. Há a suspeita de que esse grupo tenha ido a um bar naquela noite.
A Folha apurou que a Delegacia Geral recebeu informações de que cinco PMs –quatro soldados e um sargento– teriam ido, depois das mortes, a um bar na zona norte de SP para pedir a inclusão dos seus nomes na lista de convidados presentes no dia do crime. A segurança do local seria feita por um PM.
A liberação de policiais antes da chacina levou a Corregedoria da PM a investigar os comandantes dos batalhões em Osasco e Barueri.
CÁPSULAS
Testemunhas disseram aos corregedores que viram policiais de serviço recolhendo cápsulas nos locais do crime. Como foram encontrados estojos de outros calibres, como 9 mm e 45, a suspeita é que eles tenham recolhido apenas os de.40, padrão da PM de São Paulo.
Uma arma desse calibre teria sido apreendida na casa de um homem casado com uma policial feminina. Como ele é canhoto, os corregedores tentam saber se é o mesmo que aparece nas imagens do circuito de segurança do bar atacado em Osasco.
Nesta segunda, o secretário Alexandre de Moraes confirmou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra 18 PMs. "Apreendemos diversos documentos, diversos celulares, provas que podem ser utilizadas, ou não, dependendo do cruzamento das investigações."