São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 1999 |
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FORÇA NEOPENTECOSTAL Novos crentes valorizam a prosperidade | Culto com emoção vira mania | Ato reúne xeques e pastores | Galeria APROXIMAÇÃO Ato reúne xeques e pastores da Redação Pastores evangélicos, especialmente membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, estão organizando um Conselho Internacional de Aproximação Cristã-Islâmica, do qual participam ainda cristãos católicos e ortodoxos. Allah karim! Allah karim! (Deus é generoso, em árabe) cantavam quase todos os presentes a uma reunião com xeques (líderes religiosos) muçulmanos na Universidade de Santo Amaro, em São Paulo, no final de outubro. O encontro contou com a participação de representantes de 450 igrejas evangélicas. A maioria dos participantes vestia kaffiah (pano árabe para cobrir a cabeça), a fim de empolgar os brasileiros a conhecer a cultura, segundo coordenadores. BUSCAMOS PONTOS QUE NOS IDENTIFIQUEM Nós temos muitas semelhanças com os muçulmanos. O Alcorão (livro sagrado islâmico) respeita o cristão sincero, praticante. Há suratas (capítulos) do Alcorão que afirmam que as escrituras anteriores foram inspiradas por Allah. Buscamos pontos que nos identifiquem. Assim, nós nos atemos mais às semelhanças do que às diferenças, afirma Assad Bechara, organizador da iniciativa. As reuniões, quinzenais durante este ano, passam a ocorrer semanalmente a partir de janeiro, em endereço próprio na Vila Mariana (zona sudoeste de São Paulo). Entre os resultados concretos da aproximação inter-religiosa, Bechara cita o convite de xeques para que líderes evangélicos visitem uma mesquita na sexta-feira (dia sagrado dos muçulmanos) e cursos organizados pelos adventistas, que não fumam, para que os muçulmanos que queiram deixem o hábito nocivo. Muçulmanos e adventistas não consomem bebidas alcoólicas. Queremos passar isso, que é bom para a saúde e a segurança da sociedade, para outros evangélicos (que não se opõem ao consumo de álcool), afirma Bechara. Somos separados pelo superficial e unidos pelo essencial. Tanto o muçulmano quanto o cristão devem respeitar suas convicções e respeitar os outros, os que pensam de maneira diferente. (PAULO DANIEL FARAH) |
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