Agonia
Palmeiras só empata, e confirmação da permanência na primeira divisão vem após fim do jogo
O gol mais comemorado da curta história do novo estádio do Palmeiras foi alvinegro --e nem mesmo foi anotado na capital paulista, mas sim em Salvador.
Thiago Ribeiro, atacante do Santos, dissipou a tensão quase palpável e fez o estádio palmeirense explodir, dois minutos após o apito final do empate por 1 a 1 entre o time da casa e o Atlético-PR, na tarde deste domingo (7).
O gol do atacante santista, que selou a vitória do time litorâneo por 1 a 0 sobre o Vitória, garantiu a permanência palmeirense na primeira divisão do Brasileiro.
O Bahia, outro postulante à permanência na Série A, perdeu de virada para o Coritiba por 3 a 2. Juntou-se assim ao rival Vitória, ao Botafogo e ao Criciúma e vai jogar a segunda divisão em 2015.
O Palmeiras, que só precisava vencer, não fez sua parte diante de mais de 30 mil torcedores que, ao contrário do que se esperava, não protagonizaram nenhum ato de violência. Mas protestaram.
Com a equipe salva do rebaixamento, os torcedores se voltaram contra o time, chamado de "sem-vergonha", e contra o presidente Paulo Nobre, recém-reeleito para um mandato de dois anos.
Dos jogadores, apenas Fernando Prass e Valdivia foram poupados. Não por acaso, foram os melhores em campo.
O goleiro fez grandes defesas, especialmente na primeira etapa --e não teve culpa no gol de Ricardo Silva, que fez 1 a 0 para os paranaenses, logo aos 9 min da etapa inicial.
Já Valdivia, apesar de estar claramente sentindo o incômodo na coxa esquerda que quase o tirou da partida decisiva, foi rápido, inteligente e, se tivesse companheiros de qualidade, poderia ter levado o Palmeiras aos gols.
Mas não tem. Assim, o gol do Palmeiras saiu em um lance quase fortuito. Renato recebeu um lançamento e tentou o chute a gol. A bola bateu no braço do zagueiro Drausio, que estava de costas --e o pênalti foi anotado.
Henrique, aos 19 min, fez o primeiro gol do Palmeiras em seu estádio.
Nos quase 80 minutos que teria pela frente, o time só precisava fazer um gol sem sofrer outro. Mas esteve mais perto de levar que de fazer.
A péssima campanha do Palmeiras no Brasileiro desta temporada --com 40 pontos, é a pior entre um time não rebaixado na história dos pontos corridos-- deve dar início a uma reformulação no elenco e diretoria do clube.
Jogadores com contrato perto do fim --como o zagueiro Victorino, o lateral Juninho, os volantes Eguren, Washington, Marcelo Oliveira e Wesley, os meias Bernardo e Bruno César e o atacante Diogo --não devem ficar.
O diretor-executivo José Carlos Brunoro também não deve seguir. Bem como o técnico Dorival Júnior, que não deve ter o contrato renovado.