Adriana Esteves, 45
Quando Sandrinha explodiu um shopping em "Torre de Babel" (1998), Adriana Esteves e seu rosto angelical finalmente caíram nos braços da vilania na TV. Mas foi com Carminha, em "Avenida Brasil", que a atriz parou o país.
Depois de uma pausa, Adriana volta aos domínios do mal como Inês Junqueira, cafetina da própria filha, Alice (Sophie Charlotte). Uma mulher recalcada que cresceu obcecada pela colega Beatriz (Gloria Pires).
Juntas, elas vão tocar o terror em "Babilônia", atropelando quem estiver pelo caminho, principalmente a boa moça Regina (Camila Pitanga). Já dá para sentir pena dela, não é?
Folha - Você teve uma preocupação em viver uma vilã depois da intensa Carminha?
Adriana Esteves - Não. Minha preocupação foi tirar um tempo e me cuidar. Fazer novela é coisa de atleta [risos], oito meses de imersão. Mas não tem essas coisas de viver vilã de novo. E a Inês não é uma "vilãããã". A Carminha também não [risos].
A Carminha jogava crianças no lixão, como não era vilã?
Tá, vai. [risos] Ela era ruinzinha. Estou defendendo as personagens. Assim, depois, com um afastamento, dá para ver a vilã. A Inês, por exemplo, é muito normal. É uma mulher que quer se dar bem.
A Inês é uma espécie de cafetina da filha?
Ela tem essa relação estranha com a filha, mas é justificável. Muitas pessoas vão pensar: sou capaz disso?
Sua personagem tem uma obsessão pela Beatriz?
Adoro estudar psicologia e tenho mergulhado fundo nessa relação obsessiva.
Fazer vilã é mais empolgante?
Ah, não sei. Fiz muito mais mocinhas. Carminha e Sandrinha são minhas vilãs mais conhecidas. Vim de uma linha de comédia e heroínas. Mas fazer mocinha é muito difícil. É duro ser vitimada ao extremo para depois buscar vingança de forma convincente. Você corre o risco de ficar maniqueísta.
Foi difícil se livrar da Carminha depois de tanto sucesso?
Nossa, que loucura foi "Avenida Brasil". Que sorte fazer esse trabalho. Mas deixo as personagens no Projac [estúdios da Globo, no Rio] toda sexta, quando vou para casa cuidar das crianças e do Vladimir [Brichta, marido]. Segunda, eu volto para as gravações e as pego de volta [risos].
Como está sendo essa parceria com a Gloria Pires?
Sou fã dessa mulher. Já cheguei a cortar o cabelo como o dela em novelas [risos]. Cortei também aquela franjinha da Lídia Brondi em "Vale Tudo". Ficou "buuuniiiitooo" [risos]. Mas Gloria é generosa, talentosa demais, já temos uma boa afinidade.
Carminha é a vilã favorita de muita gente. Quais as suas vilãs favoritas nas novelas?
Ah, a Maria de Fátima, da Glorinha. Ela era demais. E a Nazaré Tedesco em "Senhora do Destino". Fiz a Nazaré na fase jovem, mas ela nasceu para ser eternizada pela Renata Sorrah, que estava perfeita. Ela jogava gente da escada, meu Deus [risos]! Viva a Renata Sorrah!