Mais caras, térmicas se mantêm ligadas neste ano, diz ministro
Eduardo Braga, de Minas e Energia, descarta risco de racionamento
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, reconheceu nesta sexta-feira (16) que será preciso manter as termelétricas ligadas neste ano --o que onera a tarifa de energia--, mas descartou a necessidade de racionamento.
Braga afirmou ainda que o menor custo depende, em parte, do consumidor, agora com a vigência do sistema de bandeiras tarifárias. Ou seja, se gastar menos energia, a utilização das térmicas poderá não se prolongar tanto.
Pelo novo regime, diz, o cliente "sabe qual matriz energética" está sendo usada e pode contribuir para reduzir o consumo.
A bandeira vermelha, que está em vigor e encarece a tarifa em R$ 3 a cada 100 kWh consumidos, indica o uso intenso das termelétricas, cuja geração é mais cara.
Indagado sobre o reajuste da tarifa neste ano, Braga disse que será inferior a 40%, mas não arriscou percentual.
Para Braga, não há necessidade de racionamento, apesar de 2015 apontar regime de chuvas similar ao de 2014 --um dos piores da história.
O ministro ressaltou, porém, que há previsão de mais chuvas no Sul e no Norte neste ano, onde estão grandes usinas, como Itaipu e Santo Antônio. No Sudeste e no Centro-Oeste, a situação será parecida com 2014.
Para Braga, os problemas no fornecimento de energia vistos neste verão são "pontuais". Nada têm a ver, diz, com falhas na geração de energia, apesar do baixo nível de alguns reservatórios.
O ministro reconheceu, porém, que é "preciso melhorar e investir" na chamada rede de baixa tensão, utilizada nas áreas urbanas pelas distribuidoras para levar a energia aos consumidores residenciais ou pequenos comércios.
As redes, diz, precisam ser modernizadas, automatizadas e têm de ganhar eficiência --ou seja, reduzir perdas, o que também encarece tarifa de energia.
Braga afirmou ainda que o país vive "um risco muito sério" de paralisação de obras e projetos devido ao envolvimento de grandes empreiteiras nas denúncias de corrupção na Petrobras.
Em dezembro, a estatal retirou 23 empreiteiras envolvidas nas investigações da Lava Jato de sua lista de fornecedores.