Protesto vai a 14 Estados e afeta Ceagesp
Cai número de caminhões que trazem principalmente frutas a São Paulo, provocando alta nos preços de alimentos
Em Santa Catarina, no Paraná e em Mato Grosso, começa a faltar também medicamento de uso controlado
A paralisação dos caminhoneiros, que já dura uma semana em alguns Estados, começou a trazer prejuízos para os consumidores em São Paulo. Na Ceagesp, foi registrado aumento dos preços e queda de 10% no recebimento de frutas como maçã, pera e ameixa.
Isso acontece porque os produtos vêm de outras regiões e o transporte em rodovias em ao menos 14 Estados foi interrompido por causa do movimento.
Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango pode diminuir.
Em Minas Gerais, no entreposto de Contagem, houve queda de 62,9% na oferta da batata e o preço subiu 22,5%.
No Sul, onde o movimento teve início, o desabastecimento é ainda maior: faltam combustível, alimentos e agora até medicamentos.
Nesta quarta-feira (25), caminhoneiros do Tocantins também aderiram ao movimento, mas o número de rodovias interditadas diminuiu no final do dia por causa de decisões da Justiça favoráveis ao pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), autorizando a desobstrução total nas rodovias federais em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Tocantins, Goiás e Santa Catarina.
Já no Paraná, tropas da Força Nacional auxiliaram a Polícia Rodoviária Federal na retirada de caminhoneiros de rodovias federais nas regiões oeste, sudoeste e central do Estado. Não foi necessário o uso da força policial.
Além disso, muitos caminhoneiros decidiram liberar as vias por conta própria na expectativa da reunião do governo com representantes nesta quarta.
As manifestações no Pará e em São Paulo, de acordo com dados da polícia, foram suspensas.
SEM INSULINA
Cidades de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso estão ficando sem remédios de uso controlado, como para diabetes, pressão alta e antidepressivos, segundo farmacêuticos e sindicatos.
Na região oeste de Santa Catarina, epicentro das paralisações no Estado, falta insulina na Farmácia Popular.
De acordo com o sindicato dos farmacêuticos, os caminhões de medicamentos estão parados nas distribuidoras, com receio de que fiquem retidos nas rodovias.
Donos de farmácias de São Miguel do Oeste e Xenxerê dizem não receber remédios desde sexta (20).
Já em Mato Grosso, remédios estão em falta em pelo menos 40% dos municípios do Estado, segundo Ricardo Cristaldo, presidente do sindicato de farmácias.
As cidades afetadas ficam na região norte, principalmente Sinop, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum.
Algumas farmácias estão recorrendo a vans para receber carregamentos menores.