Outro Lado
Obras não foram fracasso, diz governo
Infraero credita atraso a empresas contratadas e greves; consórcio do VLT de Cuiabá põe culpa em desapropriações
Dário Rais, secretário de Mobilidade do Ministério das Cidades, que assumiu em janeiro o cargo, disse que o resultado das obras da Copa não pode ser chamado de fracasso, mas está longe de ser um sucesso. Ele informou que o ministério mudou sua atitude e estará mais presente para resolver os problemas antes de as obras chegarem a parar.
"Temos de fazer o acompanhamento e, quando acender o amarelo, estar mais perto."
A Infraero disse que suas obras atrasaram por culpa "das empresas contratadas, de greves de trabalhadores, da realização de trabalhos em áreas operacionais"; e também pela "realização de grandes eventos (...) o que não possibilitou a abertura de frentes" de obras. A empresa disse ainda que, com o que foi realizado, foi possível atender a demanda da Copa.
A Caixa, que financiou as obras do VLT de Cuiabá (MT), diz que faz "visitas periódicas para liberação dos recursos, ocasião em que verifica se a etapa correspondente do cronograma de obra encontra-se visualmente cumprida".
Já o consórcio do VLT, liderado pela construtora CR Almeida, diz que as obras não foram concluídas porque houve atrasos nas desapropriações (de 328, só 123 foram feitas), sob responsabilidade do governo, e nos pagamentos (o primeiro demorou oito meses para sair).
Luiz Dario Millani, diretor do consórcio, disse que o interesse é terminar a obra. Segundo ele, todos os problemas foram corrigidos, e o consórcio está conservando os equipamentos comprados.
O governo de Pernambuco informou que "uma câmara de arbitragem, prevista em contrato, decidirá o valor realmente devido" no contrato de administração do estádio da Copa do Mundo.
O Metrô de São Paulo informou que a obra do monotrilho da Linha-17 Ouro "foi retirada da Matriz de Responsabilidade do evento", já que o estádio da Copa foi o Itaquerão, e não o Morumbi, que seria servido por ela.
O governo do Ceará informou que está tentando relicitar a obra do VLT e que tem problemas de documentação das desapropriações, o que vêm atrasando o processo.