Crise esfria mercado de marmitas
Com a crise na indústria e na construção, o mercado de refeições coletivas –de marmitas aos bandejões– deve servir 1 milhão de pratos a menos por dia neste ano.
Trata-se de queda de 8% a 10% ante o ano passado, quando o setor fornecia 12,2 milhões de refeições diariamente. É também o primeiro recuo do setor em sete anos, segundo a Aberc (que reúne empresas de refeições coletivas).
Elisa Maura, 35, fornece quentinhas em Campo Grande, bairro do Rio que passou por uma forte expansão imobiliária nos últimos anos.
Ela afirma que chegou a vender mais de cem refeições por dia para as obras do bairro, a R$ 8 cada uma. A quentinha era servida com arroz, feijão, macarrão, tomate e cebola. Isso com um frango em cima.
Agora isso mudou. "Estou parada, não consigo vender mais nada."
Para a Sapore, maior empresa do segmento, com faturamento de R$ 1,4 bilhão em 2014, o baque veio do setor automotivo, já que ela é uma das maiores fornecedoras para as montadoras.
"Eu não tenho o que fazer quando uma fábrica é paralisada, quando há férias coletivas. O que eu posso fazer é ser mais eficiente para compensar isso", afirmou Eduardo Guerreiro, presidente da empresa.