Petrobras fecha acordo para salvar a Sete Brasil
Serão feitas 19 sondas, das quais 10 serão operadas por uma só empresa
Sete Brasil cede e vai operar 5 naviosm em vez de 7; Petrobras se compromete a pagar aluguel mais caro
A Petrobras e a Sete Brasil fecharam nesta sexta-feira (28) um acordo para evitar a quebra da empresa que alugará à estatal os navios-sondas de exploração do pré-sal.
O acordo, que deve ser assinado na próxima semana, abre caminho para a reestruturação financeira da Sete Brasil e o afastamento de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.
Com dívidas bancárias de R$ 14 bilhões, a Sete não tem dinheiro para pagar a fornecedores e construir as sondas. Para se viabilizar, foi obrigada a encolher.
O acordo reduz a produção de 28 para 19 equipamentos –15 da Sete Brasil e 4 que estão sendo negociadas com os japoneses da Kawasaki.
A Sete cedeu à Petrobras e vai operar cinco navios, em vez de sete, com perda de receita de até R$ 800 milhões.
Em contrapartida, a Petrobras permitiu que dez sondas sejam operadas por uma única multinacional, em vez de exigir blocos de no máximo cinco sondas.
A Petrobras também concordou em pagar taxas de aluguel em torno de US$ 400 mil por dia durante 15 anos. Hoje, a média no mercado internacional é de US$ 300 mil.
Assinado o contrato, a empresa pedirá aos bancos mais prazo para pagar sua dívida. Os principais credores, que já tinham executado suas garantias junto ao Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), devem atender ao pedido da Sete, porque alguns, como Bradesco, Santander e Caixa (via FI-FGTS), também são sócios (veja abaixo).
DINHEIRO NOVO
Se tudo der certo, a multinacional que pilotará as dez sondas injetará R$ 1,9 bilhão no negócio, usado para comprar a participação de empreiteiras nas embarcações.
Os estaleiros Jurong e Brasfels vão entrar com outros R$ 3 bilhões captados em bancos estrangeiros para financiar quatro unidades. No total, farão 13 sondas.
Outras duas podem ser construídas pelo estaleiro Rio Grande, se a Engevix conseguir vender sua participação.
Entre as nove sondas canceladas estão as sete que haviam sido encomendadas ao EAS (que pertence a Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e um consórcio japonês e rompeu contrato com a Sete).
SETE BRASIL
ORIGEM Criada em dezembro de 2010 para construir 28 sondas de perfuração que seriam alugadas à Petrobras para exploração do pré-sal
PRINCIPAIS SÓCIOS BTG Pactual, Bradesco, Santander, fundos de pensão, FI-FGTS e Petrobras
DÍVIDA R$ 14 bilhões
PRINCIPAIS credores Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander