Hospital admite falhas, e combate ao ebola nos EUA é alvo de críticas
Deputados pedem demissão de diretor do órgão americano de combate e prevenção ao vírus
Situação se agravou com a contaminação de duas enfermeiras que trataram de paciente que morreu no Texas
Em meio ao debate sobre a eficácia das medidas de combate ao ebola nos EUA, os responsáveis pela estratégia de saúde do governo sofreram duras críticas no Congresso.
"As vidas das pessoas estão em jogo, e a resposta até agora é inaceitável", disse o deputado republicano Fred Upton em debate na Câmara.
As críticas, centradas no diretor do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Thomas Frieden, surgiram após uma série de erros na condução do primeiro caso diagnosticado nos EUA.
Duas enfermeiras que atenderam o liberiano Thomas Duncan, que morreu em um hospital de Dallas, foram contaminadas.
Ao menos dois deputados pediram a demissão de Frieden durante a audiência.
"Erros de julgamento aconteceram", disse Tim Murphy, deputado republicano. "Nós ouvimos que qualquer hospital no país poderia realizar o isolamento em um caso de ebola'. Os acontecimentos em Dallas provam o contrário."
"Infelizmente, erramos no nosso tratamento inicial ao senhor Duncan, apesar de nossas melhores intenções e de uma equipe médica altamente qualificada. Sentimos muito", afirmou Daniel Varga, diretor clínico do grupo ao qual pertence o hospital.
A audiência no Congresso retomou a pressão para que os EUA proíbam voos dos países da África afetados pela epidemia.
"Precisamos analisar todas as opções disponíveis para manter nossas famílias seguras e agir de maneira rápida e responsável para fazer quaisquer mudanças necessárias nos aeroportos", afirmou o deputado democrata Bruce Baley.
O governo Obama nega que vá adotar tais medidas.
No Congresso, o diretor do CDC também informou que a primeira enfermeira diagnosticada com ebola, Nina Pham, 26, seria transferida para uma unidade especializada do Instituto Nacional de Saúde, em Maryland nesta quinta.
"O Hospital do Texas está lidando agora com pelo menos 50 funcionários que podem ter sido expostos ao vírus. Isso torna a operação desafiadora", disse Frieden ao justificar a mudança.
O estado de saúde de Pham melhorou desde o diagnóstico. Amber Vinson, 29, a segunda enfermeira infectada está clinicamente estável, de acordo com os médicos.
Nesta quinta, o presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva autorizando o Pentágono a convocar reservistas e tropas da Guarda Nacional para ajudarem nos esforços de combate ao ebola na África, se necessário.