Canadá suspende vistos a países afetados pelo ebola
Criticada, medida proíbe entrada de cidadãos de Libéria, Serra Leoa e Guiné
OMS diz que proibição não é medida eficaz de combate à epidemia; Austrália fez o mesmo na semana passada
O Canadá anunciou que suspenderá a concessão de vistos a cidadãos de países da África Ocidental afetados pelo surto de ebola.
A Austrália já tinha tomado decisão parecida, criticada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), no começo da semana.
A proibição se aplica a países com "transmissão disseminada e persistente" do vírus, que matou mais cerca de 5.000 pessoas nos últimos meses, afirmou o governo canadense.
Serra Leoa, Guiné e Libéria são as três nações com o maior número de casos.
Ainda que o Canadá não tenha registrado nenhum caso de ebola, o Ministério da Cidadania do país afirmou que "a introdução ou disseminação da doença imporia um risco sério e iminente à saúde do país".
Um porta-voz do governo afirmou que a ação é menos restritiva do que a da Austrália, mantendo a possibilidade de emissão de vistos para quem for desses países após avaliação individual.
A proibição não se aplica a canadenses que tenham viajado para a África Ocidental --o que permite o retorno de profissionais de saúde que foram trabalhar como voluntários na epidemia.
Não há voos diretos dos três países mais afetados ao Canadá, e é baixo o número de visitantes desses países.
A OMS não considera a proibição de viajar uma medida eficaz no combate à doença, e as proibições iriam contra as Regulações da Saúde Internacional, assinado em 2005 por diversos países, inclusive Canadá e Austrália.