Análise - Estado Islâmico
Obama adota tática de risco no combate a facção
Presidente americano é criticado por esperar apoio de Irã e Turquia contra Estado Islâmico, até aqui sem sucesso
O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, tem sido alvo de duras críticas por parte de analistas e observadores que o acusam de estar sabotando a guerra movida contra o Estado Islâmico.
Esses observadores, entre os quais israelenses, advertem que os extremistas do EI preparam-se para deslanchar ataques terroristas contra os Estados Unidos e países ocidentais, enquanto a administração norte-americana ainda alimenta esperanças de que os governos da Turquia e do Irã enviem forças terrestres para dar combate aos jihadistas --algo muito difícil de ocorrer.
Até o momento, o presidente turco, Recep Edorgan, tem evitado se envolver numa guerra travada a curta distância de suas fronteiras e literalmente fecha os olhos para a passagem de armas e suprimentos que cruzam o território da Turquia para os fanáticos do EI.
Já Teerã quer maiores concessões para o desenvolvimento de seu programa nuclear e, dado o recente fracasso das negociações nesse sentido, é improvável que engaje suas forças numa guerra direta e custosa.
A questão colocada pelos críticos de Barack Obama diz respeito às dificuldades que vêm sendo impostas aos comandantes norte-americanos para combater os extremistas da milícia.
Enfatizam os analistas que a Casa Branca tem limitado as ações dos comandantes dos bombardeios aéreos e dos militares que defendem a ideia de que os rebeldes sírios devem ser treinados e armados pelos Estados Unidos para executar as ações de campo que turcos e iranianos relutam em realizar.
"Obama se vale de táticas do Conselho Nacional de Segurança, liderado por Susan Rice, aliada do presidente", aponta um importante comentarista militar da imprensa israelense.
O presidente se recusa a operar com as principais forças combatentes na Síria, os rebeldes moderados, que conhecem o inimigo melhor do que ninguém.
Na verdade, a substituição do secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, tem suas raízes no crescente descontentamento com a "falta de visão" da administração em treinar os rebeldes sírios e fornecer-lhes os meios necessários para vencer a luta contra o Exército Islâmico.
A posição de Obama --apontam ainda os seus críticos-- compromete as operações militares dos Estados Unidos na Síria, deixando-as sem uma estratégia bem definida.