Jordânia executa 2 terroristas islâmicos
Medida foi tomada um dia após Estado Islâmico divulgar vídeo em que mostra piloto do país sendo queimado vivo
Os dois militantes da rede Al Qaeda já haviam sido condenados à morte por atentados no Iraque e na Jordânia
Um dia após a facção radical Estado Islâmico (EI) divulgar vídeo em que mostra o piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh, 26, sendo queimado vivo, a Jordânia enforcou dois terroristas da Al Qaeda que estavam em seu poder.
Um dos enforcados é Sajida al-Rishawi, uma terrorista suicida que participou de um triplo atentado contra um hotel na Jordânia, em 2005, que deixou 60 mortos. Seu cinturão não explodiu. Ela foi detida e acabou sendo condenada à morte em 2006.
O outro executado é Ziad al-Karbouly, um ex-assessor de Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al Qaeda no Iraque já morto.
Ele foi condenado à morte em 2008 por planejar ataques contra jordanianos no Iraque.
Mohammed al-Momani, porta-voz do governo da Jordânia, informou que as execuções ocorreram na prisão de Swaqa, a 80 km de Amã, a capital do país, onde os dois estavam presos.
Os extremistas serão enterrados em local não divulgado pelas autoridades.
'RESPOSTA SEVERA'
O rei da Jordânia, Abdullah 2º, que na terça (3) já dissera que a morte do piloto seria vingada e que a pressão contra os terroristas aumentaria, prometeu "resposta severa" para o assassinato, mas sem detalhar ações.
Em comunicado lido na TV estatal nesta quarta (4), ele afirmou que o EI não está lutando apenas contra o seu país, mas está em guerra contra o próprio "islã nobre".
Líderes políticos e religiosos disseram que o brutal assassinato do piloto vai contra os ensinamentos do islã.
Da mesquita de Al-Azhar, no Cairo, um dos maiores centros de ensinamento do islã sunita, o imã Ahmed al-Tayeb disse que os militantes do EI merecem a punição da morte, da crucificação ou da amputação dos braços previstas no Alcorão por serem inimigos de Deus e do profeta Maomé.
"O islã proíbe a eliminação de uma vida inocente. Ao queimarem vivo o piloto, os militantes do EI violaram a determinação do islã que veta a imolação ou a mutilação de corpos, mesmo durante uma guerra", afirmou o imã.
Após a divulgação da morte do piloto, centenas de jordanianos foram ao palácio real pedir maior pressão contra o Estado Islâmico. Alguns manifestantes pediram que a facção seja destruída.
Em Karak, cidade natal do piloto, dezenas de manifestantes atacaram um prédio do governo e culparam as autoridades por não fazer nada para salvá-lo.