Emirados Árabes cessaram combate a milícia após jordaniano ser preso
País exige que coalizão liderada pelos EUA tenha mais estrutura para resgatar soldados reféns
Órgão da ONU denuncia que crianças iraquianas têm sido crucificadas e enterradas vivas pelo Estado Islâmico
Os Emirados Árabes Unidos interromperam suas missões aéreas sobre a Síria e o Iraque em dezembro passado após o piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh ter sido capturado pela milícia radical Estado Islâmico (EI).
A informação foi dada, sob condição de anonimato, por dois funcionários do governo americano ao "The New York Times"e ao "The Guardian".
Os Emirados Árabes integram a coalizão militar liderada pelos EUA que combate a facção terrorista na Síria e no Iraque.
Segundo os jornais, o país temia pela segurança de seus soldados e por isso suspendeu os sobrevoos.
O afastamento foi comunicado em carta ao Comando Central das Forças Armadas dos EUA. No texto, o governo dos Emirados Árabes cobra melhor estrutura para resgate de membros da coalizão para retornar aos combates.
Entre as exigências, está o envio de aeronaves V-22 Osprey de bases no Kuait para outras no norte do Iraque, mais próximas aos campos de combate.
O país foi um dos que mais contribuíram para os primeiros bombardeios contra o EI, chegando a usá-los como propaganda quando colocaram uma mulher para comandar uma das operações.
Nos EUA, senadores republicanos e democratas começaram a pressionar funcionários do governo Obama para que se movam rapidamente para fornecer peças de aeronaves, equipamentos de visão noturna e outras armas para a Jordânia.
Os 26 membros do Comitê de Serviços Armados do Senado assinaram carta ao secretário de Estado, John Kerry, e ao secretário de Defesa, Chuck Hagel, em que afirmam que a coalizão que combate os extremistas exige que "os EUA se movam com velocidade para garantir que recebam o material militar".
Em 2015, os EUA devem fornecer US$ 1 bilhão à Jordânia em ajuda econômica e militar. O país também dá ajuda, de valor não especificado, para a Jordânia fortalecer a sua fronteira com a Síria.
CRIANÇAS CRUCIFICADAS
O Comitê da ONU sobre o Direito das Crianças denunciou nesta quarta (4) "o assassinato sistemático" de crianças iraquianas que pertencem a minorias étnicas e religiosas --como yazidis e cristãos-- pelo EI, incluindo "vários casos de execuções em massa de garotos, além de relatos de crianças decapitadas, crucificadas e enterradas vivas".
Segundo o comitê, muitas delas também estariam sendo vendidas em mercados como escravas sexuais, e garotos com menos de 18 anos, treinados para serem homens-bomba. "Estamos profundamente preocupados com a tortura e o assassinato destas crianças", afirmou Renate Winter, especialista do comitê à Reuters.