'Morreram como ratos num porão', diz sobrevivente
A frase de um sobrevivente do naufrágio de sábado (18) à noite se destacou na imprensa italiana como símbolo da tragédia: "Eles morreram como ratos num porão".
A declaração teria sido dada por um homem de 32 anos, natural de Bangladesh, resgatado entre os 28 sobreviventes da embarcação que levava dezenas de imigrantes em busca de uma nova vida na Europa.
Uma rara testemunha do que ocorreu no mar, ele contou que pelo menos 200 mulheres e 50 crianças estavam no barco.
Foi esse homem quem mencionou que ao todo 950 pessoas viajavam, número não confirmado pelas autoridades --a estimativa é de ao menos 700.
Em entrevista a jornais italianos, ele relatou que escapou com vida porque estava na parte de cima do navio, sendo que, de acordo com seu relato, muitos foram trancados dentro dele e impedidos de sair pelos traficantes.
O promotor Giovanni Salvi, da cidade de Catania, na Sicília, disse que a investigação aponta para a suspeita de que o barco com os imigrantes pode ter colidido com outra embarcação antes de naufragar.
Ao chegar em solo italiano, os imigrantes resgatados no mar recebem os primeiros socorros médicos ainda no porto, são cadastrados e transferidos para centros temporários, onde aguardarão o processo de asilo que costumam pedir --a partir daí, cada caso é analisado separadamente.
A Itália considera clandestino quem cruza a fronteira sem visto, mas diz que um imigrante não pode ser imediatamente deportado se achado em situação de socorro. Estima-se que 500 mil pessoas estejam na Líbia à espera de fazer a travessia.