Homem-bomba invade mesquita xiita e mata 27 pessoas no Kuait
Pelo menos 27 pessoas morreram e 227 ficaram feridas depois que um terrorista suicida invadiu uma mesquita xiita na Cidade do Kuait, capital do país homônimo, nesta sexta-feira (26). Esta ação também foi reivindicada pelo Estado Islâmico.
O ataque foi o primeiro ataque contra uma mesquita xiita na história do país, ondeas comunidades sunita e xiita convivem de forma pacífica.
O templo fica em um bairro residencial e comercial da capital e estava lotado para a oração do meio-dia, uma das principais da sexta-feira, dia sagrado dos muçulmanos.
Segundo o parlamentar Khalil al-Salih, a explosão ocorreu durante as preces. "Vi o homem-bomba com meus próprios olhos. Ele deveria ter uns 20 anos", disse.
A ação foi reivindicada por uma facção chamada Província de Najd, que se diz filiada ao Estado Islâmico.
O nome da milícia faz referência a uma área histórica na região central da Arábia Saudita.
O premiê do Kuait disse que, com a ação, a milícia pretende romper a unidade do país. A mesma colocação foi feita pelo ministro da Justiça e de Assuntos Islâmicos.
Nas redes sociais, o Estado Islâmico disse ter tido como alvo um templo de "rafideen". O termo é usualmente utilizado pela milícia contra os xiitas, considerados hereges pelos extremistas.
No Iraque, a milícia radical combate contra milícias xiitas e o governo do país, cujo primeiro-ministro, Haider al-Abadi, pertence a esta vertente do islamismo.
Outras células da facção fizeram ataques similares no Paquistão e no Afeganistão. No entanto, as ações contra os xiitas que mais chamaram a atenção foram na Arábia Saudita, país sem histórico de atentados recentes.
Em novembro do ano passado, homens armados invadiram uma comemoração durante um feriado religioso celebrado pelos xiitas, matando oito pessoas.
No mês passado, o Estado Islâmico reivindicou dois ataques a mesquitas xiitas no país. O primeiro, na cidade de Kudeih, deixou 19 mortos no dia 22, enquanto o segundo matou 22 pessoas em um templo de Damman uma semana depois.