Painel do Leitor
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Religião no Congresso
Perfeito sobre todos os aspectos o editorial "Submissão" ("Opinião", 14/6), que aponta o avanço das articulações das bancadas conservadoras na Câmara, sobretudo a dos xiitas evangélicos e a da bala. Em pleno 2015, em um Estado dito laico, ainda persistem atos de cunho religioso que apontam para o atraso nos costumes de uma nação. Confundem opções religiosas individuais com as do Estado. Este tem que cuidar do bem-estar de todos, independente de crenças religiosas.
LUIZ ROBERTO PERES (Bauru, SP)
Não podemos nos esquecer de que essa "onda evangélica xiita" é resultado da total falência do sistema educacional brasileiro.
LUTHERO MAYNARD, jornalista (São Paulo, SP)
Respeitosamente, discordo totalmente do editorial. Se há submissão no Brasil, é ao pensamento politicamente correto de viés esquerdizante. Quem ousa criticá-lo toma pancada impiedosamente, na imprensa ou nas redes sociais.
ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador do TJ-MG (Belo Horizonte, MG)
Em nome de mais de 50 milhões de brasileiros, eu gostaria de repudiar o editorial da Folha e corrigir a afirmação de que a Bíblia "pouco tem a contribuir para a coexistência entre indivíduos numa sociedade civilizada e plural". A Bíblia é a palavra de Deus inspirada e, se não fosse pelos seus ensinamentos, não existira uma sociedade digna, honesta, plural e civilizada.
CLAUDIO GERIBELLO, presidente da Conferência Nacional das Igrejas Evangélicas do Brasil (São Paulo, SP)
José Dirceu
A Folha publicou informação parcial dos esclarecimentos entregues à Justiça pela Camargo Corrêa no contrato com a JD Assessoria e Consultoria, quando, ressalte-se, José Dirceu já não exercia cargo no governo ("Camargo não tem provas de serviços de José Dirceu", "Poder", 12/6). Documento público que consta dos autos esclarece que a empresa "não localizou relatórios de consultoria ou dos resultados produzidos em decorrência do contrato firmado, o que não significa que os serviços contratados não tenham sido prestados, tendo em conta que nem sempre são feitos relatórios de consultorias contratadas".
Marcello D'Angelo, diretor de Comunicação da Camargo Corrêa S.A. (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA MÁRIO CESAR CARVALHO - Não há parcialidade nem omissão de informação na reportagem da Folha. A empreiteira informou à Justiça que não achou uma folha de papel que justifique por que pagou R$ 900 mil ao ex-ministro José Dirceu.
Cachê de Lula
O presidente do Instituto Lula justifica o cachê de R$ 300 mil ao ex-presidente declarando que "É uma palestra de uma pessoa de sucesso que tem visão do mundo e as pessoas querem saber como é que ele fez" ("Cachê de Lula não é para qualquer empresa pagar", "Poder", 14/6). Em que ponto de sua visão o Brasil escapou para estarmos no buraco em que nos encontramos?
ANA LÚCIA AMARAL, procuradora regional da República aposentada (São Paulo, SP)
Maioridade penal
Ao afirmar que "esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema", Maria Rita Kehl ("Justiça ou vingança?", Tendências/ Debates, 14/6)omite o fato de que permitir criminosos soltos aterrorizando a sociedade também não resolverá o problema. Deixar de mencionar que um problema tão complexo como o da segurança não se resolve com uma única ação revela a desonestidade intelectual na abordagem do problema. Meias verdades impedem um debate honesto e democrático, como quer uma sociedade mais complexa e livre do que na ditadura."
AIRTON DEPPMAN, professor do Instituto de Física da USP (São Paulo, SP)
Até parece que, aos 18 anos, marmanjos sádicos e perversos passam diretamente da fase infantil para a adulta sem atravessarem a adolescência. A solução da autora é que inventemos medidas socioeducativas que funcionem. Que medidas?
ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)
Assassinos e estupradores não podem ser considerados crianças. E se a maioridade for reduzida, a reclusão está prevista para locais distintos dos de criminosos já encarcerados.
LUIZ ALBERTO M. C. BARROS (Guaratinguetá, SP)
Excelente o artigo de Maria Rita Kehl. Nada mais precisa ser dito sobre o quanto uma diminuição na idade penal será prejudicial aos adolescentes mais desprotegidos da sociedade, que os fará misturarem-se aos adultos com "PhD em criminologia" nas cadeias brasileiras!
ANTONIA GONÇALVES RODRIGUES (Vinhedo, SP)
Crise econômica
A edição de domingo conseguiu trazer bom senso e cara de pau. Em "Governo discorda de critérios adotados na análise do tribunal" ("Poder", 14/6), Luis Inácio Adams nos oferece uma pérola, onde quer redefinir juros, empréstimos e déficit público ao defender as pedaladas fiscais. Yale que se cuide! De outra parte, Affonso Celso Pastore nos brinda com uma aula de bom senso ("Ajuste é insuficiente e recuperação será lenta", "Mercado", 14/6). Para concluir, temos que ouvir a desfaçatez de Paulo Okamotto ("Cachê de Lula não é para qualquer empresa pagar", "Poder", 14/6).
ARY BRAGA PACHECO FILHO (Brasília, DF)
O que pode parecer bom para o consumidor individualmente, como comprar bens de consumo importados, é péssimo para o país, tanto para o emprego quanto para as contas públicas. Caberia a redução dos altos impostos sobre consumo pra que as pessoas comprassem aqui, não fora.
SUELY REZENDE PENHA, professora (Campinas, SP)
Astronomia
Boa nova a de que uma coluna sobre astronomia sairá toda segunda no jornal impresso ("Página de passatempos ganhará coluna de astronomia às segundas", "Ilustrada", 14/6), pelo assunto, pelo colunista que a escreverá, e pela satisfação de vê-la publicada na edição em papel da nossa Folha --que está menor a cada dia, para infelicidade de quem gosta mesmo do jornal à moda antiga.
DALVA MARIA BERNARDI (Santa Adélia, SP)