Painel do Leitor
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Brasil em crise
Manchetes catastrofistas e análises terroristas nos amedrontam com o dólar acima dos R$ 4 ("Dólar supera R$ 4, e risco em alta encarece o crédito", "Poder", 23/9). Ora, não há muito, viam-se os mesmos analistas reclamando de uma suposta supervalorização do real. Argumentavam que a moeda americana mais cara seria boa para a balança comercial, para a indústria escanteada pela invasão chinesa, para os exportadores que gerariam emprego aqui. Afinal, o dólar alto é bom ou é ruim?
SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP)
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Não há como negar o que o atual valor do dólar está evidenciando: o risco Lula de 2002 era menor do que o Dilma de 2015.
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
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O problema tributário no Brasil é que "poucos pagam muito", por isso a chiadeira contra a CPMF, que é imune à sonegação, sem que reclamem, contudo, do sobrepreço de 5% e 2%, cobrados pelos cartões de crédito ou débito ("Para acalmar agências de risco, governo envia proposta de CPMF", "Poder", 23/9).
URBANO RUIZ (São Paulo, SP)
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Sobre a legalização dos jogos de azar, será que, enfim, despertados pela extrema necessidade de arrecadação, nossos governantes enxergarão o óbvio? Tomara que parem com essa hipocrisia, esse falso moralismo, já que o jogo está disponível para quem quiser, é só entrar numa lotérica e fazer sua fezinha. Ou loteria depende de habilidade? Vamos regulamentar de forma rígida, gerar arrecadação com milhares de empregos e abandonar esse falso moralismo. O maior crime de corrupção aconteceu na Petrobras, não em um cassino.
SIDINEI TADEU BARRETO (São Paulo, SP)
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Vejo o movimento "Sai, Dilma" com muita preocupação. Por quê? Acompanhe, pela ordem, quem a substituiria. Temer, Cunha, Renan e Lewandovski. Só nulidades. Um tsunami faria estragos menores. Pior impossível.
PAULO HENRIQUE COIMBRA DE OLIVEIRA (Rio de Janeiro, RJ)
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Contribuindo para o doente piorar e então mudar de médico ou ainda com a possibilidade real de impeachment, a oposição está eufórica, porém titubeia para não ser tachada de golpista.
EVALDO GÂNDARA BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP)
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Jabutis são conhecidos pela lentidão. O jabuti a que Ruy Castro se refere em "O homem errado" ("Opinião", 23/9) não mostrou habilidade política, fez opções econômicas equivocadas e foi lento em decisões fundamentais de reversão de expectativas. Seu mentor, a despeito de tantas qualidades na política, errou na escolha de um jabuti quando havia uma fauna inteira disponível.
SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba SP)
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O jabuti da árvore vai despencar, e o peso vai recair sobre as nossas cabeças.
CRISTINA M. O. COUTO E SILVA ANDREATTI (Botucatu, SP)
Viagens de Aécio
O ex-governador Aécio Neves viajou para vários Estados no cumprimento de dois mandatos e em acordo com as normas de uso de aeronaves do Estado de MG ("Aécio usou avião de MG para ir 124 vezes ao Rio", "Poder", 23/9). Essa legislação reproduz por questões de segurança normas da Presidência da República para uso de aeronaves oficiais "em deslocamentos de qualquer natureza". Sobre as viagens ao Rio, o senador buscou visitar sua filha, adolescente à época, ao menos uma vez por mês, como faz a presidente da República quando em deslocamentos ao Sul do país. A legalidade dos voos relacionados pela Folha foi atestada em nota do governador de MG, Fernando Pimentel (PT).
LUIZ NETO, assessor do senador Aécio Neves (Brasília, DF)
Pizzolato
O governo da Itália deu um tapa na cara do governo brasileiro ao autorizar a extradição de Henrique Pizzolato, sentenciado no Brasil por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ("Extradição de Pizzolato é autorizada pela Itália", "Poder", 23/9). A Itália até poderia se valer da falta de reciprocidade, mas deu um belo exemplo e cumpriu seu dever, respeitando os tratados internacionais de extradição. Não se rebaixou ao patamar de Lula, que, de maneira sorrateira e covarde e descumprindo decisão do STF, deixou impune o assassino comunista Cesare Battisti.
AMELETO MASINI NETO, professor de Direito Penal (São Paulo, SP)
Ambiente
O artigo de João Lara Mesquita ("Carta aberta à ministra do Meio Ambiente", Tendência/ Debates, 23/9) adquire grande significado, pois é resultado da constatação in loco, não de um relatório feito a partir de um gabinete em Brasília. Acredito que até hoje nenhum técnico do ministério tenha produzido uma investigação aprofundada da zona costeira brasileira. O testemunho de quem esteve lá deve ser levado em consideração.
LUIZ AUGUSTO PEREIRA ALVES (São Paulo, SP)
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Não é só a redução do desmatamento ("Desmatamento zero", "Opinião", 23/9) que o Brasil tem para mostrar ao mundo. A colheita mecanizada da cana-de-açúcar vem eliminando a queima prévia dos canaviais e parcela expressiva (20% a 30% de CO2) foi acrescentada ao já superavitário balanço de carbono na fabricação do etanol, que passou a ser um eficaz despoluente. Mais uma razão para valorizar o etanol, hoje praticamente esquecido pelos órgãos ambientais desse nosso desgoverno. E não só por eles.
LUIZ ANTONIO RIBEIRO PINTO (Ribeirão Preto, SP)
Belo Monte
O professor Abramovay deveria dizer não só que durante alguns dias de julho a geração alemã de energia elétrica veio majoritariamente de novas fontes renováveis ("Belo Monte, a Idade da Pedra", Tendências/ Debates, 20/9) como também que 70% da geração total em 2014 foi obtida de urânio, carvão e gás. Reforçar uma opinião mostrando só um lado não me parece correto.
MARCIO ALVARENGA MACEDO (Belo Horizonte, MG)