Alckmin não reduzirá equipe na nova gestão
Governador chegou a estudar o corte de quatro secretarias, mas desistiu para acomodar partidos que o apoiaram
PSDB, DEM, PSB, PPS, PTB, PV, PRB e Solidariedade indicaram nomes para nove das 25 secretarias
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tomará posse nesta quinta-feira (1) para um novo mandato sem ter conseguido diminuir o atual número de secretarias estaduais.
Em novembro, a equipe do tucano estudou o corte de até quatro pastas. Na época, o governador pediu a cada secretário relatório com indicações de gastos a serem reduzidos.
A ideia era extinguir Turismo, fundir Gestão com Planejamento e Energia com Saneamento, e transformar Direitos da Pessoa com Deficiência em uma subsecretaria dentro da Saúde.
No início deste mês, o tucano, de fato, cortou Gestão, mas criou uma nova estrutura, a Secretaria de Governo, o que manteve o número total de 25 pastas estaduais.
A redução do número de secretarias tinha como objetivo, além de enxugar a máquina pública, dar o exemplo de um modelo de "gestão eficiente", tornando o governo paulista uma espécie de vitrine eleitoral caso o tucano decida disputar a sucessão presidencial em 2018.
Nesta terça-feira (30), Alckmin anunciou os últimos nomes de sua nova equipe de governo. Segundo auxiliares, a necessidade de acomodar partidos que apoiaram a sua reeleição inviabilizou a redução do número de pastas.
No caso de Direitos da Pessoa com Deficiência, segundo a Folha apurou, o governador desistiu de transformar a pasta em uma subsecretaria com receio da repercussão negativa que a decisão poderia causar. Ao todo, PSDB, DEM, PSB, PPS, PTB, PV, PRB e Solidariedade indicaram nomes para nove das 25 secretarias estaduais.
Na nova equipe, o governador conseguiu reduzir o número de secretários com mandato no Poder Legislativo. No total, foram indicados quatro deputados federais eleitos para os próximos quatro anos e um vereador.
No início deste ano, eram oito os secretários estaduais com mandato, seis dos quais deixaram o governo em abril para disputar as eleições. O objetivo da mudança é tentar evitar descontinuidades em obras e projetos devido a trocas em período eleitoral.
Para a formação de sua nova equipe, auxiliares do tucano chegaram a sondar o ex-jogador Ronaldo Nazário para Esporte.
Com a necessidade de acomodar o PRB, no entanto, a pasta foi entregue ao partido. O esportista era cotado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para o ministério de mesmo nome caso o tucano fosse eleito presidente.