Xerife de Haddad irá atuar em Minas Gerais
No governo Pimentel, Mário Spinelli investigará 12 anos de gestões tucanas no Estado
O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), escolheu o controlador-geral da Prefeitura de São Paulo, Mário Vinícius Spinelli, para exercer o mesmo cargo em sua gestão. A importação do funcionário do prefeito Fernando Haddad (PT) foi confirmada nesta terça (30).
Entre as tarefas de Spinelli em Minas estará vasculhar os contratos das gestões do PSDB dos últimos 12 anos.
No Estado, o partido é comandado pelo senador Aécio Neves --derrotado na disputa presidencial pela petista Dilma Rousseff.
Foi ao investigar ações e servidores de gestões anteriores que Spinelli descobriu a existência de uma máfia que agia na área fiscal da administração paulistana.
O trabalho gerou embaraços ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado do PT.
Fernando Pimentel também confirmou nesta terça que o economista José Afonso Bicalho, réu no mensalão tucano, será o secretário estadual da Fazenda.
Bicalho acompanha Pimentel desde que o governador eleito foi prefeito de Belo Horizonte (2004-08). Também o assessorou no Ministério do Desenvolvimento, até o semestre passado.
Antes de se aproximar do petista, Bicalho foi ligado ao PSDB, na gestão do ex-governador Eduardo Azeredo, também réu e pivô do mensalão tucano. O economista foi presidente do estatizado banco Bemge, em 1998.
O mensalão tucano foi descoberto em 2005, em meio às investigações do mensalão do PT. Segundo denúncia da Procuradoria Geral da República, R$ 3,5 milhões (R$ 9,7 milhões atualizados) teriam sido desviados de empresas públicas para a fracassada tentativa de reeleição de Azeredo. Os acusados negam.
UNIVERSAL
Pimentel nomeou também, como secretário de Esportes, o deputado estadual e pastor Carlos Henrique (PRB), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.
Em julho de 2005, Henrique foi detido pela Polícia Federal em flagrante no aeroporto de Belo Horizonte com 11 malas de dinheiro.
Na ocasião, ele estava acompanhado do também pastor George Hilton (PRB), que será ministro de Esportes no novo governo da presidente Dilma Rousseff.
Apesar do caixa apertado e da receita curta, Pimentel vai criar mais quatro secretarias para acomodar aliados. Minas terá 22 secretários.
Durante boa parte dos 12 anos das gestões do PSDB, o Estado foi administrado com 19 secretarias, além de outros cargos com status de assessores e secretários especiais.
Em meio à crise econômica e à queda de arrecadação, o ex-governador Antonio Anastasia fundiu pastas, reduzindo o total para 17 com estrutura maior e uma com estrutura mínima (Secretaria-Geral da Governadoria).
O PT será o maior contemplado no governo Pimentel. Serão nomeados na próxima quinta (1º) 12 secretários ligados ao partido. O PMDB, do vice-governador Antonio Andrade, comandará seis pastas.