Presidente da Transpetro pede terceira licença e segue afastado
Sérgio Machado foi citado no depoimento de Paulo Roberto Costa
Afastado desde 3 de novembro em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, o presidente da subsidiária Transpetro, Sérgio Machado, vai prorrogar por mais 16 dias sua licença não remunerada, até 21 de janeiro.
É a terceira licença consecutiva que ele tira após ter sido citado em depoimento de ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa nas apurações da Operação Lava Jato. Segue como interino o diretor Claudio Ribeiro Teixeira Campos.
Indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Machado preside a empresa de logística do Sistema Petrobras desde 2003. Ele havia pedido licença do cargo depois de a PwC (PricewaterhouseCoopers), empresa que audita os balanços da Petrobras, ter pressionado por seu afastamento como condição para que fizesse a auditoria das demonstrações financeiras da Petrobras no terceiro trimestre.
A pressão da PwC se deve ao fato de o executivo ter sido citado no depoimento que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator da Operação Lava Jato, deu à Justiça em 8 de outubro.
Ao juiz Sergio Moro, Costa disse ter recebido de Machado, em 2009, R$ 500 mil como pagamento por participação em esquema de licitação de embarcações. Machado nega todas as acusações.
O executivo afirmou, em seu primeiro pedido de licença, não ter contra si processos em andamento no Tribunal de Contas da União ou ação de improbidade "admitida na Justiça". "Apesar de toda uma vida honrada, tenho sido vítima de imputações caluniosas", disse.
Sérgio Machado lutou para que sua saída fosse temporária, para viabilizar a publicação do balanço da Petrobras, o que ainda não ocorreu.