Sindicatos protestam contra Dilma em SP
Oposição ao ajuste fiscal levará manifestantes nesta sexta (18) à av. Paulista; em Brasília, servidores anunciam greve geral
Movimentos sociais reclamam de atraso em reajuste de salário e defendem taxação de fortuna para sair da crise
Cerca de 40 movimentos sociais e sindicatos marcaram para esta sexta (18) um protesto na avenida Paulista (região central), em São Paulo, contra o ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma Rousseff.
Os movimentos, encabeçados pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e pelo CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), alegam que as medidas anunciadas oneram trabalhadores por uma crise "produzida pelo capital" e defendem a taxação de fortunas como solução para a crise.
O ato começa às 15h, no vão livre do Masp, e, às 17h, segue pela rua da Consolação em direção à praça da República, onde se encerra. Os organizadores esperam que 20 mil pessoas compareçam.
Os movimentos sociais por trás do ato desta sexta representam uma ala minoritária e mais radical da esquerda.
Diferentemente de outras entidades, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), eles não descartam a saída de Dilma Rousseff, embora tampouco defendam o impeachment por acreditar que "nada mudaria" com o vice Michel Temer (PMDB-SP) no poder. Também se declaram contra o PSDB.
Seus líderes não participaram das manifestações pró-impeachment de 16 de agosto, promovidas "pelos setores mais reacionários da sociedade", nem das contra a saída de Dilma do dia 20 de agosto, "encampadas pelo governo".
No sábado (19), os movimentos organizam uma reunião para decidir uma proposta de saída da crise.
GREVE DE SERVIDORES
Também em resposta ao ajuste, servidores públicos federais marcaram para quarta-feira (23) uma greve geral, com protestos em Brasília.
Eles reclamam da decisão de adiar a data do reajuste em 2016 de janeiro para agosto, o que deve gerar uma economia de R$ 7 bilhões.
Também protestam contra o fim do abono de permanência (incremento de 11% do salário a servidores que trabalham após prazo de aposentadoria), que reduzirá R$ 1,2 bilhão dos gastos federais.
A decisão foi tomada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais. A data foi escolhida para coincidir com protestos marcados por entidades de sem-terra e sem-teto, também contra o ajuste fiscal.