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Falta de recursos ameaça UPAs na região
Problema associado a questões administrativas atinge ao menos cinco cidades e deixa usuário sem atendimento
Prefeitura de Barretos quer devolver recursos ao Ministério da Saúde e usar prédio de UPA para especialidades
Por falta de recursos financeiros e problemas administrativos, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de cidades da região de Ribeirão Preto não estão sendo usadas pela população.
O caso mais grave, acompanhado pelo Ministério Público Federal, é o de Barretos, onde o prefeito Guilherme Ávila (PSDB) quer devolver a UPA, pronta desde 2012, ao governo federal.
A justificativa é que o município não tem dinheiro para gerenciar a unidade.
Segundo a prefeitura, para mantê-la funcionando seriam necessários R$ 1 milhão por mês. Mas o Ministério da Saúde repassaria apenas R$ 700 mil.
Também informou que a prefeitura já gerencia a Santa Casa, responsável pelo atendimento à população.
"O município não tem recursos para continuar gerindo as despesas da Santa Casa e arcando com a UPA", disse o secretário da Saúde, Alexander Stafy Franco, por meio de nota da assessoria.
A proposta do prefeito é devolver o recurso investido na construção --R$ 2 milhões-- e usar o prédio para o funcionamento de três ambulatórios que estão atualmente em prédios alugados.
A discussão sobre o destino da UPA é feita com a Procuradoria. "O foco do procedimento tem sido colocar a unidade já construída em funcionamento", informou, em nota, a Procuradoria.
Em São Carlos, a UPA Santa Felícia está pronta desde janeiro, mas até agora não abriu as portas.
Segundo o secretário da Saúde, Marcus Alexandre Petrili, houve entraves burocráticos que atrasaram a compra de equipamentos. A previsão é que a unidade seja inaugurada até o final do ano.
O custeio está previsto no Orçamento de 2015. Apesar da grave crise financeira pela qual passa o município, o secretário disse que está confiante em uma melhor situação em 2015.
Em Araraquara, a prefeitura informou que tem dificuldades econômicas em gerir as duas UPAs. Mas não informou quanto é repassado pelo município.
A dificuldade maior, no entanto, é a contratação de médicos, o que faz com que a escala fique incompleta na maior parte dos dias, sobrecarregando outras unidades.
Juntas, elas têm 88 médicos, mas precisariam de pelo menos cem.
Em Franca, a UPA deveria ter sido entregue em fevereiro, mas um incêndio que atingiu um almoxarifado da prefeitura, onde havia equipamentos, atrasou a abertura.
O prédio ficou pronto em outubro, mas o processo licitatório para compra de equipamentos ainda está aberto.
Em Bebedouro, a construção da UPA foi parar na Justiça por suposto desvio de recursos do ministério. O prédio está abandonado e inacabado. O governo local tenta um acordo com a União para dar um fim ao impasse.