Chile cultiva enoturismo próximo a Santiago
Capital tem plantações de diferentes uvas a poucos quilômetros do centro
Uma das opções é um bar-bicicleta em que oito pessoas pedalam enquanto degustam vinhos da região
Há uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria.
Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia.
Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo.
Santiago está nos limites do Vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos –nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos.
Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild.
Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas por todo o país, algumas com mais de cem anos.
QUALIDADE
Do Vale de Colchagua saem os grandes carménères. A região vale a visita. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia.
São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos.
Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e organiza degustações.