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Atração do Planeta Terra, Strokes apela ao passado em turnê atual
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THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO
Lançar um ótimo disco logo na estreia sempre complica para um artista. Repetir a qualidade pode não ser fácil e é comum deixar o pique cair nos discos seguintes. Mas o Strokes está abusando.
Atração principal do festival Planeta Terra, amanhã, em São Paulo, o quinteto nova-iorquino tem quatro CDs, e cada um foi recebido com menos entusiasmo pela crítica do que o anterior.
"Is This It" (2001), o primeiro, já era saudado como a salvação do rock antes mesmo de ser lançado, tamanho alarde a banda tinha conseguido com três músicas na internet. E não decepcionou.
Dave Martin/Associated Press | ||
Julian Casablancas, vocalista da banda The Strokes |
Resgatou o melhor rock de guitarra feito nos anos 1970 em Nova York (como Modern Lovers e Television), mas com muitas (e boas) ideias novas injetadas. As mais marcantes foram a bateria marcial e quase hipnótica e as pistas sobrepostas de som.
Com o mundo indie a seus pés, o grupo soltou "Room on Fire" dois anos depois. Parecia uma continuação do primeiro. Ainda trazia um caminhão de sacadas bacanas, mas perdeu o frescor.
Em "First Impressions of Earth", de 2006, os narizes começam a se torcer. A fórmula deu sinais de esgotamento, e muita gente achou que talvez a banda devesse dar um tempo para reciclar suas ideias e voltar com músicas realmente inovadoras.
Aí o Strokes deu mesmo um tempo, mas foi além da conta. "Angles" saiu em março último, cinco anos depois do disco anterior. E tanta espera não foi compensada.
Ainda é o velho som do grupo, mas a crítica foi implacável. As resenhas mais camaradas se limitaram a apontar que falta liga às canções. As mais raivosas chamaram o disco de entediante.
Ao que tudo indica, a banda parece concordar. Do início da atual turnê até agora, o repertório dos shows mudou para priorizar o material dos primeiros discos.
Os hits da estreia passaram a ser a base do set list, principalmente diante de grandes plateias. No festival inglês de Reading, em agosto, a banda abriu com duas músicas de "Is This It" e fechou com outras três do mesmo álbum.
Nos shows desta temporada, oito canções do primeiro disco não saem do repertório, às vezes representando 50% das músicas da noite -o Strokes toca de 16 a 19 números a cada apresentação.
O material de "Angles" foi perdendo espaço. Nos shows mais recentes, o segundo álbum, "Room on Fire", contribui com mais canções no repertório do que o álbum que a turnê deveria divulgar.
Os boatos sobre muitos problemas durante as gravações de "Angles" são fortes. O vocalista Julian Casablancas teria gravado sua parte quando os outros integrantes não estavam no estúdio.
Nas entrevistas de divulgação do novo trabalho, algumas rusgas foram confessadas, mas todos procuraram reforçar que continuam amigos -eles foram colegas de escola.
No entanto, os relatos sobre a banda na estrada ainda apontam que o ambiente não está uma maravilha. No palco, faça-se a ressalva, os hits antigos continuam garantindo shows poderosos.
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