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Laís Bodanzky filma história de brasileiras nos Jogos Olímpicos
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RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO
Após mostrar o mundo dos adolescentes em São Paulo em "As Melhores Coisas do Mundo" (2010), a cineasta Laís Bodanzky retornará aos longas com um documentário, formato que adotou no início da carreira.
A paulista filmará a história das mulheres brasileiras na Olimpíada, como parte do projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro, parceria do Instituto de Políticas Relacionais (IPR) com o canal de esportes ESPN Brasil.
Christian von Ameln/Folhapress |
A cineasta Laís Bodanzky na Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana, em São Paulo |
"O tema não apenas me permite revisitar as mulheres nos esportes, mas traçar um paralelo do papel delas na sociedade e as mudanças ao longo dos anos", explica Bodanzky, que terá R$ 650 mil de orçamento para o longa.
"Ainda estou no início de um processo que terminará exatamente daqui a um ano, então ainda estou pensando em como será a linguagem do filme", diz a diretora.
"Mas não dá para fugir de imagens de arquivo e novas entrevistas. Tenho a liberdade para fazer inserções dramáticas, mas não será o caso", afirma.
A diretora de "Bicho de Sete Cabeças" (2001), que revelou Rodrigo Santoro para o cinema, conta que o convite foi uma surpresa até na família.
"Minha filha perguntou o que eu entendia de esporte", confessa a cineasta.
"Mas acho que o fato de não entender tanto do assunto me dará a oportunidade de fazer as perguntas corretas não só sobre atletas ou mulheres vencedoras. Estou interessada no esforço de cada uma para estar ali no meio de tantos homens", completa.
O longa de Bodanzky será anunciado oficialmente hoje à noite, na Cinemateca Brasileira, quando o primeiro documentário do projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro, "México 1968 - A Última Olimpíada Livre", de Ugo Giorgetti, e curtas aprovados no ano passado também serão lançados.
Os filmes serão exibidos, mês que vem, durante a Olimpíada de Londres, na ESPN Brasil, em um canal aberto atualmente em negociação e em uma mostra especial da Cinemateca.
Ao mesmo tempo, 500 DVDs serão distribuídos em escolas públicas.
A iniciativa está garantida até 2016, ano em que acontece a Olimpíada no Rio. Até lá, nove curtas escolhidos por edital e um longa de um cineasta convidado serão produzidos anualmente.
Todos eles têm a finalidade de resgatar e manter a memória esportiva audiovisual brasileira.
"Gostaríamos muito ter Eduardo Coutinho fazendo o longa ano que vem", revela Daniela Greeb, presidente do IPR e uma das idealizadoras do projeto.
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