Crítica: Overdose de música debilita o filme 'A Escolha Perfeita'

A comédia musical é um gênero praticamente extinto, pois os filmes que aparecem de vez em quando não fazem sombra às maiores realizações do gênero, cuja era de ouro acabou em meados nos anos 1960. Este é o caso do simplório "A Escolha Perfeita", comédia para estudantes em férias que marca a estreia do diretor Jason Moore no cinema.

A solitária Beca (Anna Kendrick, da saga "Crepúsculo") é DJ amadora e pretende trabalhar como produtora musical em Los Angeles. Mas ela deixa a paixão temporariamente de lado e se inscreve na Barden University para satisfazer o pai.

Pouco se sabe sobre as atividades que acontecem na universidade --inclusive as aulas--, pois absolutamente tudo gira em torno da enorme rivalidade entre dois corais que se apresentam "a capella", ou seja, sem acompanhamento instrumental.

Formado por rapazes, os Treblemakers vencem todos os concursos de canto e ridicularizam as Bellas, integrado por garotas, que deram vexame na final. As coisas começam a mudar quando Beca resolve aceitar o convite para reforçar as Bellas.

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O convencionalismo das situações e a falta de substância dos personagens são os traços principais do roteiro. Seria muito mais interessante ressaltar o processo de criação de um novo número musical, mas resulta bem mais fácil preencher o tempo com uma superabundância de números que provocam uma sensação de overdose no espectador.

Igualmente problemática é a relação entre Beca e Jesse (Skylar Astin), cujo desfecho pode ser percebido com enorme antecedência. Do mesmo mal padece o grande concurso final, pra lá de previsível.

Cheios de trocadilhos e absurdos, os diálogos se pretendem espirituosos, mas quase nunca fazem rir. Nem quando a coisa fica mais escatológica. Talvez, o mais divertido sejam os diálogos amalucados da dupla de comentaristas do concurso de canto e algumas tiradas de Amy Gorda (Rebel Wilson). Mas o maior consolo é saber que a Barden University só existe no filme.

A ESCOLHA PERFEITA
DIREÇÃO Jason Moore
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Pátio Paulista Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim