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27/12/2012 - 03h40

Stevie Wonder se esforça, mas não conquista Copacabana

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LUCAS NOBILE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Nesta terça-feira (25) à noite, na praia de Copacabana, Gilberto Gil e Stevie Wonder tinham pela frente um público estimado pela Polícia Militar em 450 mil pessoas. Não é fácil domar a atenção de uma plateia deste tamanho.

O compositor baiano deu conta do recado. Com 70 anos completados neste ano, Gil esbanjou vitalidade, desfilou um caminhão de clássicos de sua carreira e colocou o público carioca na palma da mão.

Ari Versiani/AFP
Stevie Wonder durante show em Copacabana no dia de Natal
Stevie Wonder durante show em Copacabana no dia de Natal

Além de homenagear Dona Canô, morta anteontem, com "Marinheiro Só" e "Andar com Fé", ambas em arranjo de samba de roda, Gil levantou Copacabana com seus temas atemporais: "Palco", "Realce", "A Novidade", "Domingo no Parque", "Esperando na Janela", entre outros. Parecia um garotinho quicando no palco.

Se Gil provou que seu show funciona para qualquer tamanho de plateia, o mesmo não se pode dizer de Stevie Wonder. Por mais carisma e talento que o mito da música negra americana tenha, ficou claro que sua apresentação para um público tão volumoso não funcionou tão bem quanto no último domingo, quando ele (assim como Gil) fez um show menor, para cerca de 1.000 pessoas, no Imperator - Centro Cultural João Nogueira, no Méier.

Mesmo assim, não se pode dizer que o show de Stevie tenha sido fraco. Com repertório bastante modificado em relação ao que apresentou no ano passado no Rock in Rio, ele mesclou clássicos de sua carreira com temas de outros compositores, além de uma leva de canções natalinas.

O público carioca --seja o que se apinhou nas areias de Copacabana, seja o VIP formado por globais e pseudocelebridades tomando champanhe numa noite em que os termômetros registravam 30º C-- só acompanhou Stevie em poucos momentos.

Dançou ao som de clássicos como "Superstition", "Sir Duke", das surpresas "The Way You Make Me Feel" (Michael Jackson) e "Waiting in Vain" (Bob Marley), e entoou em coro "Isn't She Lovely" e "Garota de Ipanema", com Stevie tocando sua gaita.

Por diversos momentos, o diálogo entre Stevie e público não funcionou. A interação com a plateia, que no geral parecia não entender inglês, deu certo em poucos momentos. O americano brincava de "perguntas" e "respostas" musicais, mas as pessoas pouco se animavam.

Já a participação de Gil no show de Stevie foi de coadjuvante, com muito respeito ao amigo, conhecido nos anos 1980. Como não ensaiaram algo especial, cantaram juntos apenas "Só Chamei Porque Te Amo", versão de Gil para "I Just Called To Say I Love You".

De resto, o brasileiro se limitou a coros e "vocalises" para não interferir muito. Também se intercalaram na parte do repertório natalino, mas não convenceram.

INUSITADO

Wonder chamou atenção do público, ainda, porque tocou em diversos momentos um harpejji --instrumento inusitado, parecido com um programador com som de guitarra-- e deu uma aula de "groove" aos brasileiros.

Foram mais de duas horas de espetáculo. Tudo muito bonito, mas faltou comoção e o público cochilou em boa parte do espetáculo.

No frigir dos ovos, fica a pergunta se valeu a Prefeitura do Rio pagar R$ 7 milhões por esses dois shows.

No caso de Stevie, por mais que ele tenha se esforçado, foi mais uma inadequação de som e tamanho da plateia. Qualidade musical, sabe-se bem, não falta ao americano, que declarou pretender voltar ao Brasil no próximo ano.

 

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