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11/01/2013 - 05h30

Crítica: Falta a "Jack Reacher" boa trama típica de filmes de espionagem

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DO CRÍTICO DA FOLHA

As imagens de um atirador que do alto de um prédio fuzila pessoas que se deslocam tranquilamente num passeio público de Pittsburgh trazem impacto à abertura de "Jack Reacher - O Último Tiro".

Pelo menos desde o assassinato do presidente norte-americano John Kennedy, em 1963, as cenas de massacres cometidos por insanos armados tornaram-se, sobretudo nos Estados Unidos, mais reais que qualquer ficção.

Antes de entrar em coma, o principal suspeito enuncia o nome de Jack Reacher como pista. Daí em diante, rouba a cena um desses heróis infalíveis que o cinema usa para nos distrair das contas a pagar e do dia a dia sem emoções tão fortes.

Divulgação
Tom Cruise e Alexia Fast em cena do filme "Jack Reacher"
Tom Cruise e Alexia Fast em cena do filme "Jack Reacher"

O personagem criado originalmente pelo escritor britânico Lee Child já apareceu em mais de uma dúzia de tramas de espionagem em papel e agora surge numa possível nova franquia, seguindo os passos de James Bond, Jason Bourne e Jack Bauer, entre outros.

Mas esse policial treinado em intrigas internacionais não se confunde com nenhum dos concorrentes, pois não usa terninhos justos, nem celular, além de não saber para que serve o cartão de crédito e preferir andar de ônibus.

Em sua estreia no cinema, o homenzarrão de quase 2 m de altura imaginado pelo autor teve de encolher para caber no 1,70 m de Tom Cruise.

TRAMA

De modo semelhante, as múltiplas intrigas cheias de reviravoltas de "Um Tiro", livro que deu origem ao filme, foram abreviadas sem muita explicação.

O efeito disso em "Jack Reacher" é a falta de uma boa trama típica das histórias de espionagem. No lugar, ficou uma sucessão confusa de situações de risco, de bonzinhos que mudam de lado e de gente ameaçada sem quê nem para quê.

O roteirista e diretor Christopher McQuarrie, em vez de se contentar em tirar proveito de um super-herói invencível, prefere interromper a ação a cada cinco minutos para incluir diálogos "esclarecedores".

Para dar conta, os atores perdem o fôlego com uma conversa fiada que só interessa aos adeptos de teorias da conspiração.

Os fãs, provavelmente, ficarão satisfeitos em ver Tom Cruise, agora um garotão de 50 anos, seguir os passos de Bruce Willis e Liam Neeson, madurões que nunca se cansam de correr e estraçalhar os inimigos.

Se continuar nesse ritmo, até o fim da década ele deve disputar espaço com Sylvester Stallone, Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren e Chuck Norris num dos próximos números da série "Os Mercenários". (CÁSSIO STARLING CARLOS)

JACK REACHER - O ÚLTIMO TIRO
DIREÇÃO Christopher McQuarrie
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Espaço Itaú Pompeia, Eldorado e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular

 

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