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01/02/2013 - 03h49

Crítica: Filme convencional, "O Lado Bom da Vida" vibra graças aos atores

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CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Para um filme de amor dar certo, antes bastava juntar um cara carente e uma garota bonita, às vezes solitária, ou vice-versa, temperar com um pouco de dificuldades e, pronto, funcionava a receita de abraços e beijos na medida para suprir nossa fome de afeto.

Favorita ao Oscar, Jennifer Lawrence mergulha em personagens
Livro "O Lado Bom da Vida" foi comprado para o cinema antes de ter editora

"O Lado Bom da Vida" mostra que aquela fórmula não foi superada, mas exige um pouco mais de amargor.

Agora o príncipe é maníaco-depressivo e a princesa, ninfomaníaca, depois de viverem perdas que justificam a descompensação. Nada muito grave, apenas o bastante para fazê-los parecidos com gente como a gente.

Divulgação
Jennifer Lawrence e Bradley Cooper em cena de "O Lado Bom da Vida"
Jennifer Lawrence e Bradley Cooper em cena de "O Lado Bom da Vida"

A astúcia da adaptação para o cinema do best-seller de Matthew Quick consiste em banalizar a perturbação, trazer o distúrbio para o cotidiano, afastando-o da experiência de exceção.

Afinal, hoje, quando qualquer melancoliazinha já vira depressão, não conseguimos definir os limites onde começa e acaba a tal normalidade.

Ou seja, o que Pat (Bradley Cooper) e Tiffany (Jennifer Lawrence) entregam de cara ao público é um espelho, uma afeição imediata garantida pelo sentimento de quem reconhece: "Pô, eu já vivi isso!".

O diretor David O. Russell, que se destacou no terreno do cinema indie nos anos 1990, aproveita esse tipo de projeção com ângulos sempre muito próximos, íntimos mesmo, dos corpos.

A imagem, em formato scope, absorve ainda mais o olhar, que fica imerso em constantes closes, sem ter para onde escapar, refém da desorientação de Pat e Tiffany.

A instabilidade da câmera na mão, mais que repetir o estereotipado efeito de realismo, serve para enfatizar o distúrbio, captar a turbulência de afetos.

Tais supostas liberdades de estilo, no entanto, não trazem nada de novo ou original nem oferecem respiro para o convencionalismo, que se impõe a partir do momento em que o filme se entrega a um banal romantismo.

A vantagem é que "O Lado Bom da Vida" de fato vibra graças aos atores, explora ao máximo a capacidade deles de alcançar veracidade ou exibir histrionismo.

Enfim, um filme que todo mundo quer ver na temporada de prêmios e torcer pelo triunfo de seus intérpretes na noite do Oscar.

O LADO BOM DA VIDA
DIREÇÃO David O. Russell
PRODUÇÃO EUA/2012
ONDE Espaço Itaú - Augusta, Tamboré Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

 

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