Publicidade
Publicidade
Como "Jimmy, the Brazilian", Tim Maia fez michê e bicos nos EUA
Publicidade
DO ENVIADO A TARRYTOWN (EUA)
Em Tarrytown, cidadezinha de 11 mil habitantes, 40 km ao norte de Nova York, Tim Maia fez um pouco de tudo --inclusive bicos como garoto de programa para as senhoras do povoado.
Tim Maia ganha espaço na cena de soul dos EUA
Crítica: Disco apresenta um recorte fundamental da obra de Tim Maia
Ele se fixou ilegalmente nos EUA em 1959, aos 17 anos, se estabelecendo em Tarrytown, onde tinha o contato de uma família amiga do Brasil.
Lá, também entregou pizza, trabalhou de zelador, em asilo e fez uma imersão na música e cultura americanas (à época, era efervescente a cena musical de Tarrytown).
Divulgação | ||
Tim Mais (primeiro à dir.) com seus colegas na The banda Ideals, nos anos 1960, nos EUA |
Na cidade do condado de Westchester, o jovem Tim compôs "New Love", música que regravou em 1973, já famoso, e teve a primeira das cinco passagens pela polícia americana.
Quem relembra e conta as histórias é o músico americano Roger Bruno, 66, coautor de "New Love" e parceiro da The Ideals, banda da qual Tim Maia fez parte nos EUA.
A temporada americana de Tim terminou em 1964, após passar seis meses preso na Flórida (por ser flagrado fumando maconha com três homens num carro roubado) e ser deportado para o Brasil.
A reportagem da Folha encontrou Bruno e a mulher, Ellen, de passagem por Tarrytown. Hoje vivendo em Springfield, Massachusetts, o casal --que compõe trilhas para cinema-- viajava para uma apresentação no sul dos EUA.
"Acima de tudo, ele era muito focado na música, levava tudo muito a sério", conta Roger Bruno, que perdeu contato com o brasileiro depois de sua prisão. À época, Tim chamou o amigo, pedindo dinheiro para a fiança, mas Bruno não pôde ajudar.
Os amigos americanos recordam Tim como "Jimmy, the Brazilian". Roger Bruno conta que só em 2007, por meio do jornalista Allen Thayer, descobriu que o ex-colega, anos mais tarde, havia se transformado em Tim Maia, um dos grandes nomes da música brasileira.
Ele também se disse surpreso com a ausência de seu nome nos créditos de "New Love" quando o brasileiro a regravou.
A biografia "Vale Tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia", do jornalista Nelson Motta, conta que, em 1997, um ano antes de morrer, Tim esteve em Tarrytown à procura do ex-colega, mas foi informado de que ele estava morto.
Roger Bruno mostrou à Folha a gravação de "New Love" pelos Ideals, em 1963, em um estúdio em Nova York.
Tim faz backing vocal, Bruno, a voz principal e, na bateria, está o brasileiro Milton Banana, que, à época, estava nos EUA em turnê com a turma da bossa nova e foi chamado para a gravação.
O americano conta que não quer divulgar a gravação agora, mas deu a entender que um dia vai liberá-la.
Depois de conhecer a extensa obra de Tim Maia, Roger Bruno conta ter se impressionado com a carreira do ex-colega Jimmy. "O impressionante é que o timbre da voz dele permaneceu praticamente o mesmo após tantos anos e muitos excessos". (LF)
+ CANAIS
+ NOTÍCIAS EM ILUSTRADA
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice