Dono de hits que explodiram em 2017, o DJ e produtor goiano Alok, 26, principal nome brasileiro da cena eletrônica, é um dos destaques do festival Lollapalooza deste ano. Ele fecha o palco Perry's by Doritos nesta sexta (23).
Impulsionado pela música "Hear me Now", Alok se tornou no ano passado o primeiro brasileiro a figurar entre os 30 artistas mais ouvidos do Spotify ao redor do mundo. Ele também foi eleito pela revista Forbes como um dos brasileiros com menos de 30 anos mais influentes do país.
O contato com a eletrônica vem do berço. Ele é filho dos DJs Swarup e Ekanta, precursores do psy trance no país e criadores do festival Universo Paralelo (que atualmente ocorre na Bahia).
"Eu vivia em uma realidade na qual eu podia exercer a minha criatividade a todo momento", diz à Folha.
Aos 16 anos, antes de ser conhecido como Alok, ele se apresentava com seu irmão gêmeo, Bhaskar, no projeto autoral Lógica. Uma década depois, possui uma agenda atribulada de apresentações.
De casamentos de famosos, como o da atriz Marina Ruy Barbosa no fim do ano passado, a rodeios sertanejos, o artista faz, em média, 22 shows por mês.
Ele diz que nunca repete um set de um evento para o outro e que tenta se adequar para cada ambiente. "Hoje, a eletrônica é abraçada pela música popular", diz sobre a influência de estilos como o pop, o funk e o sertanejo.
Neste Lollapalooza, Alok ocupa um horário nobre no line-up e prepara set "dinâmico, energético e com novidades". Será a sua segunda apresentação no megaevento (tocou na edição de 2016).
"Deixei de ser um artista segmentado para o conceito eletrônico e passei a ser mais abrangente", define Alok, que recentemente lançou uma parceria com a dupla sertaneja Simone e Simaria.
Antes de se consolidar no Brasil, o DJ chamou a atenção da cena internacional. Em 2016, ele já ocupava a 25ª posição do ranking de melhores do mundo da revista especializada DJ Mag.
"Não sou um artista voltado para o Brasil, mas para o mundo. Eu me alimento da cultura brasileira e acabo levando ela para fora. Mas não fico ancorado a isso", diz.
TROPKILLAZ
Assim como Alok, o duo Tropkillaz se consolidou primeiro no exterior. Depois de lançar a faixa "Mambo", em 2012, a dupla recebeu uma enxurrada de mensagens em russo e logo surgiu o convite para tocar por lá.
"Nos apresentamos até na Sibéria antes de tocar por aqui", conta Zegon, 48, que forma o duo ao lado de Laudz, 25. Eles fizeram cerca de 15 turnês no exterior antes de tocar no Brasil.
Com influências de ritmos que vão do funk ao pop em suas faixas, a dupla acumula parcerias com nomes como Anitta ("Vai Malandra"), Karol Conka ("Tombei") e Aloe Blacc ("Milk & Honey").
"Ainda há uma resistência do público mais elitizado da eletrônica com a interferência de outros gêneros, mas isso vem diminuindo. Antes, usar um beat de funk era um palavrão dentro da eletrônica", diz Zegon, que começou a carreira como DJ do Planet Hemp.
Tanto Tropkillaz quanto Alok são associados ao "brazilian bass", estilo que se aproxima de uma mistura de low bpm e deep house.
O termo, inclusive, gerou um mal-estar entre os dois. Alok usou o nome para definir o seu som, e a moda pegou. No entanto, DJs que atuam há mais tempo com o bass se sentiram incomodados.
Eles chegaram a fazer um vídeo, publicado em uma rede social, esclarecendo a situação. "A gente faz música. Não é política nem futebol. Não é guerra, estamos no mesmo barco", disse Zegon, que aparecia ao lado de Alok.
+ ELETRÔNICOS
Veja destaques do palco Perry's by Doritos
SEXTA (23)
20h35: Galantis
Dono do hit "Runaway (U & I)", o duo sueco mistura dance-pop e electro house
SÁBADO (24)
22h: DJ Snake
O francês acumula parcerias com nomes como Justin Bieber e Lil Jon
DOMINGO (25)
20h55: Hardwell
Eleito duas vezes o melhor DJ do mundo pela revista DJ Mag, o holandês toca sets de house music
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