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Louboutin ensina a não descer do salto sem ser escrava dele

Após dizer que fazia sapatos para mulheres agradarem homens, designer adota tom feminista

Christian Louboutin  no Baile de Gala da Vogue, realizado no hotel Unique, em São Paulo
Christian Louboutin no Baile de Gala da Vogue, realizado no hotel Unique, em São Paulo - Ricardo Toscani
Pedro Diniz
Paris

Entre o discurso conservador da primeira-dama americana Melania Trump e o ativista da popstar Beyoncé há um abismo. Mas ambas, e qualquer mulher que pode gastar alguns milhares de euros de sua conta, pisam sobre uma mesma sola vermelha: a de Christian Louboutin.

O designer de calçados representa, no guarda-roupa feminino, poder. Hoje, sete anos após dizer à revista “The New Yorker” odiar o conceito de conforto e fazer sapatos para mulheres agradarem aos homens, ele muda de discurso.

É pela ideia de feminilidade e empoderamento que o estilista se diz atraído ao criar os saltos agulha e os modelos de fitas e renda, inspirados nas sapatilhas de bailarina, vistos em sua coleção mais recente apresentada em Paris.

O poder, que ele já vinculou ao sofrimento dos pés, agora tem a ver com autoafirmação.

“Acredito que dar poder à mulher é oferecer ferramentas que a façam perceber o poder da feminilidade, e o fato de essa feminilidade ser um algo a mais, nunca a menos”, explica Louboutin.

Em busca de diferentes tipos femininos, o designer costuma viajar para países que, afirma, têm gêneros definidos. 

O Brasil, com o clima quente e a fama da beleza de suas mulheres, seria exemplo de país feminino.

Além das inspirações, Louboutin agora procura um conceito de glamour distante da imagem clássica de mulher em vestido de festa e semblante impassível, em busca de outras características femininas para sua criação.

“Para mim, uma mulher glamorosa é aquela com uma bela voz. Outros atributos têm aspectos glamorosos, mas é a voz que vem à cabeça todas as vezes que penso em glamour.”

A conexão entre glamour e Loubountin passa, invariavelmente, por seus escarpins, altos e finos na ponta. 
“Eles são como pedestais que dão pernas mais longas ou um caminhar mais lento. É algo que irradia dos pés e toma toda a sua figura”, afirma.

Para irradiar beleza em vez de dor, Louboutin explica, a primeira regra é usar sapatos do tamanho correto —uma das causas da dor é comprar um calçado menor esperando que ele estique mais tarde, um erro comum.

Segundo o designer, definir o que se gostaria de expressar por meio do sapato é um meio para não errar.
“Algumas mulheres usam para parecer divertidas, outras, sofisticadas. A grande questão sobre o salto é que ele permite expressar diferentes faces da sua personalidade”, diz Louboutin.

Seguindo essa lógica, o designer afirma que usar salto apenas porque outros dizem ser correto é bobagem.

“Você realmente tem de gostar do sapato para poder usar. Para  andar em salto, é preciso se sentir bem consigo mesma.”


Cinco dicas de Louboutin

Nunca compre sapatos fora do tamanho, eles não vão esticar

Saiba que tecidos, no calçado, quebram se forem forçados. Couro e suede resistem

Se o sapato for aberto, compre de meio a um tamanho maior

Só compre salto alto se realmente gostar de usar

Saiba qual característica quer transmitir ao comprar um salto alto, se sofisticado ou divertido

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