Na cola do sucesso da minissérie que destrinchou a história de
O.J.
Simpson, o
superprodutor e diretor de Hollywood
Ryan Murphy (“
Glee”, “
American Horror
Story”) foca suas lentes no assassinato de
Gianni Versace.
O estilista italiano foi morto a tiros na frente de sua casa em Miami, em 1997, aos 50 anos. O assassino se chamava Andrew Cunanan, e já era procurado por outras mortes.
A grife de Versace, em crise à época, passou a ser tocada por sua irmã mais nova, Donatella, tida pelo estilista como uma espécie de musa e pupila.
Versace vivia há muitos anos com Antonio D’Amico, dublê de assistente e amante do costureiro. Viviam como casal, mas por vezes traziam outros garotos à casa que dividiam em noites de sexo grupal.
Donatella e Antonio não se davam bem. Ambos ganham tratamento especial, interpretados por Penélope Cruz e Ricky Martin, respectivamente. São os nomes mais conhecidos do elenco —o venezuelano Edgar Ramírez vive Versace.
Mas a estrela do show é o assassino (Darren Criss, de “Glee”), cuja história o espectador conhecerá a fundo. Isso não é um problema em si, histórias de serial killers têm tudo para ser muito interessantes.
Mas a minissérie conta os altos e baixos da vida dele desde a infância —quando era tratado pelo pai como um menino especial, que ia para escolas melhores que os irmãos mais velhos e dormia sozinho no maior quarto da casa—, até se tornar um serial killer, sem ter exatamente explicações.
O resultado é a biografia de um desconhecido estranho, complexo, problemático, mas que não chega a deixar o espectador vidrado, curioso para saber o que vem em seguida.
A minissérie é baseada no livro “Vulgar Favors” (“favores vulgares”), de Maureen Orth, de 1999. Para a família do estilista, a obra não conta a verdade e “essa série de TV deve ser considerada apenas um trabalho de ficção”.
Episódios são contados de trás para frente, e começam com a data de quando o fato ocorreu, o que gera mais confusão do que esclarecimento.
O assassinato acontece logo no primeiro capítulo, e a partir daí volta no tempo e mostra a vida pregressa de Cunanan, crimes que cometeu, conquistas, derrotas, mentiras e traumas. A história do estilista surge ocasionalmente, com menor ênfase.
O mundo da moda, do luxo, da extravagância e dos exageros que as roupas de Versace representavam é quase deixado de lado. É como personagem secundário. Com tantos nomes de peso ao redor do estilista, é uma pena que o produtor tenha apostado tanto na vida do assassino.
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