Representantes de diferentes gerações do rap nacional, Criolo e Mano Brown se apresentaram juntos nesta sexta (15) no Espaço das Américas, na Barra Funda, ao lado de Ice Blue, DJ Dan Dan e Ganjaman.
Pedro Paulo Soares Pereira, 48, mais conhecido como Mano Brown, integrante do Racionais MC’s, cantou singles do grupo e do seu disco solo lançado em 2016, o “Boogie Naipe”, inspirado no soul e funk americano.
Kleber Cavalcante Gomes, 43, que iniciou a carreira com o nome artístico Criolo Doido, hoje conhecido como somente Criolo, entoou canções dos discos “Ainda Há Tempo” (2006), seu primeiro álbum; “Nó na Orelha” (2011), que o alçou ao sucesso com o single “Não Existe Amor em SP”; “Convoque seu Buda” (2014) e “Espiral de Ilusão” (2017), que tem uma levada mais voltada para o samba.
Revezando as apresentações cada um cantou um pouco do seu rico repertório e fez a plateia entoar em coro as canções. “Aqui é o encontro com o Grajaú e o Capão Redondo”, disse Brown.
Criolo, mais enérgico, fez a galera balançar com “Grajauex”, do álbum “Nó na Orelha”, no estilo Rinha dos MC's —batalha de rimas organizada há 12 anos pelo rapper e o DJ Dan Dan— enquanto Brown e Ice Blue, seu parceiro leal, fez todos cantarem as letras do Racionais decoradas na ponta da língua, como canções do disco “Sobrevivendo no Inferno" (1997), levando a plateia ao delírio.
O álbum que entrou na lista de leitura obrigatória do vestibular 2020 da Unicamp e em 2015 foi escolhido pela Prefeitura de São Paulo como presente para o papa Francisco é composto por músicas que marcaram o início da carreira do grupo.
O show durou cerca de uma hora e meia e não teve muitas surpresas e nem bis.
Criolo, emocionado por estar dividindo o palco com Brown e Ice Blue, agradeceu inúmeras vezes à plateia e contou que os Racionais fizeram parte da sua trajetória e formação musical.
“É uma honra estar do lado desses dois caras aqui, que tem umas histórias cabulosas e que passaram por tanta coisa”, completou.
A abertura do show ficou por conta do rapper de Belo Horizonte Djonga, que entoou rimas pesadas no estilo protesto.
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